A Itália inaugurou em Matera, a reunião anual dos ministros das Relações Exteriores do G20 com uma defesa do multilateralismo e um pedido por reformas na Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com exceção dos chanceleres do Brasil, da China e da Austrália, que participam por meio de videoconferência, os representantes do grupo compareceram presencialmente ao encontro, que acontece em uma das cidades históricas mais famosas do sul da Itália.
“A pandemia evidenciou a necessidade de uma resposta internacional a emergências que transcendem as fronteiras nacionais. O multilateralismo e a cooperação são fundamentais para responder aos desafios globais”, disse o ministro italiano das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, ao abrir a reunião.
“A Itália apoia um multilateralismo eficaz com a liderança da ONU”, acrescentou Di Maio, citando como exemplo as dificuldades de acesso a vacinas anti-Covid no mundo. “A Itália foi um dos primeiros países a invocar uma aliança internacional para uma resposta sanitária à pandemia”, afirmou.
O chefe da diplomacia italiana também destacou a necessidade de se “reforçar o sistema sanitário multilateral, tendo em seu centro uma OMS reformada e fortalecida em seu papel de coordenação da ação em nível global”.
Além disso, Di Maio disse que um comércio “livre e inclusivo” é “essencial para combater a pandemia e promover uma retomada sustentável” e defendeu que o mundo se comprometa em alcançar a neutralidade nas emissões de CO2 até 2050 – além de presidir o G20 em 2021, a Itália é coorganizadora da COP26.
EUA
Também participando da cúpula ministerial do G20, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu “cooperação multilateral para conter a crise sanitária global” e destacou a necessidade de se enviar mais vacinas aos países pobres.
“O multilateralismo é nosso melhor instrumento para enfrentar os desafios globais, seja a pandemia de Covid 19, a crise climática ou a construção de uma retomada econômica sustentável”, disse.
Já o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, afirmou que, “em tempos de conflitos e crises globais, o G20 oferece a oportunidade de agir de forma unânime”. “Na luta contra a pandemia e as mudanças climáticas, existem apenas soluções compartilhadas”, acrescentou.
Mas ainda acusou China e Rússia, que participam do G20, de usar a “diplomacia da vacina para obter vantagens geoestratégicas em curto prazo”.