Após deixar de pagar 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), a Grécia voltou à mesa de negociações com seus credores para tentar chegar a um acordo que libere mais uma parcela de resgate financeiro.
O FMI confirmou que Atenas não pagou os vencimentos até meia-noite de ontem e que o país pediu uma prorrogação do prazo. De acordo com o porta-voz da entidade, Gerry Rice, a solicitação "será examinada" pelos executivos. Com isso, a Grécia se tornou o primeiro país desenvolvido a não pagar um empréstimo do FMI.
Agora, o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras tenta negociar com os líderes europeus o desbloqueio de 7 bilhões de euros de ajuda financeira, o qual seria parcialmente usado para honrar a dívida com a instituição financeira internacional.
Tsipras, que há meses rejeita as políticas de austeridade europeias, estaria disposto agora a adotar reformas estruturais e ajustes fiscais nas contas do país para ter acesso ao resgate, de acordo com especulações locais.
"Por muito tempo, a elite política grega não se mostrou à altura de agir com responsabilidade. E ainda hoje há quem sugere que é possível virar a página sem implantar reformas duradouras", criticou o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.
A possibilidade de um acordo com a Grécia fez as bolsas subirem na Europa e na Ásia nesta quarta-feira, após dias de pessimismo no mercado.
A Grécia vinha negociando desde a semana passada com seus credores, mas o diálogo faliu após Atenas anunciar a convocação de um plebiscito surpresa para o dia 5, com o objetivo de deixar a população decidir sobre as condições impostas pelo eurogrupo para liberar a verba. O ministro do Interior da Grécia, Nikos Voutsis, informou que a consulta popular custará cerca de 20 milhões de euros ao país e será gerenciada por uma comissão informal bipartidária