
Mais de uma centena de imigrantes foram desalojados pela polícia italiana de um prédio de propriedade da prefeitura de Nápoles, onde viviam há quase um ano e meio e que se tornará um depósito de lixo. Os 120 imigrantes, quase todos provenientes da África Subsaariana e, em sua maioria, com os documentos em dia, ocuparam o que já foi a sede de um escritório municipal, no centro da cidade, há 16 meses.
Para protestar, eles decidiram dormir ao relento, nas ruas da cidade. De acordo com o representante da entidade União Sindical de Base (USB), Gennaro Laudieron, que acompanhou o caso dos imigrantes, os policiais "chegaram às 8h, os acordaram e arrastaram para fora".
Os imigrantes foram enviados para outro local, administrado pelo Instituto Dom Bosco. No entanto, um grupo de 40 pessoas não conseguiu ser alojada e voltou ao prédio.
Depois de negociarem com a polícia uma autorização para entrar no local para recuperar documentos e objetos pessoais – o que levou quase todo o dia de ontem, eles jogaram as camas no meio da rua e foi lá que dormiram.
A prefeitura de Nápoles quer usar o prédio como depósito para o lixo, como parte de seu plano para superar a crise dos resíduos que afeta a cidade há anos e que se intensificou nos últimos meses.
Desde setembro do ano passado, Nápoles e as cidades vizinhas vivem um clima de tensão com manifestações e atos violentos por causa da falta de locais apropriados para descarregar o lixo. Em junho, moradores da cidade atearam fogo em montes de lixo.