Um tribunal de Roma, na Itália, obrigou um cliente de uma prostituta menor de idade a dar de presente para a adolescente 30 livros que abordam a condição da mulher. Segundo informações da imprensa italiana, o homem ainda foi condenado a dois anos de prisão.
As cartas de Anne Frank, poemas de Emily Dickinson, ensaios de Virginia Woolf e Hannah Arendt são alguns dos livros que o cliente terá de comprar.
A sentença da juíza Paola Di Nicola, a pedido da promotora Cristiana Macchiusi, conclui uma investigação sobre uma rede de prostituição que envolve duas meninas então com 14 e 15 anos que começou em 2013.
De acordo com a Agence French Press (AFP), duas meninas levavam uma vida dupla: de manhã assistiam a aulas no colégio e de tarde iam para um apartamento do elegante bairro romano de Parioli, no norte da capital, onde trocavam sexo por dinheiro e drogas.
A pedido de uma das mães, a polícia italiana interceptou telefonemas entre as jovens, um intermediário e os clientes, e deteve cinco pessoas, entre elas a mãe da prostituta mais jovem e vários clientes, entre eles empresários.
As adolescentes disseram para os investigadores que ofereciam sexo em troca de dinheiro para poder "comprar roupas novas e celulares modernos".
A imprensa local pediu a opinião da filósofa e feminista Adriana Cavarero, sobre a condenção e os livros que serão doados. "Preferia que a juíza também tivesse obrigado o cliente das prostitutas a ler esses livros", afirmou a professora de Filosofia na Universidade de Verona.
"Durante a adolescência, não se reflete, mas o que ele fez é muito mais grave: um adulto que compra conscientemente relações sexuais com uma menor de idade", disse.