O grupo terrorista Al-Qaeda pode estar envolvido com o sequestro de Bruno Cacace e Danilo Calonego, os dois italianos que foram raptados em Ghat, na Líbia.
De acordo com o coronel Ahmed al Mismari, porta-voz das forças armadas líbias aliadas ao general Khalifa Haftar, o sequestro "foi realizado por um grupo criminoso, mas o modo no qual ele aconteceu lembra muito os [feitos pela] organização da Al-Qaeda". Para o site líbio "Alwasat", o militar também disse que o incidente tem a "assinatura" da facção terrorista. A teoria de al Mismari, que ainda é apenas uma hipótese, foi rebatida pelo prefeito de Ghat, Komani Muhammad Saleh, durante uma entrevista à agência de notícias "Adnkronos", na qual ele disse que "não foi a Al-Qaeda, mas sim um grupo fora da lei" que organizou e realizou o rapto.
"Não negamos que a Al-Qaeda esteja ativa na região de Ghat e nos seus arredores, estamos cientes da sua presença, mas afirmamos com certeza que não foi ela quem raptou os dois italianos", afirmou o prefeito.
"Temos fortes suspeitas em um grupo de criminosos ativo perto da cidade e ainda não entramos em contato com eles", contou Saleh que, no entanto, não exclui a possibilidade de que os reféns sejam entregues à Al-Qaeda no futuro.
Já o ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, também negou a afirmação de al Mismari. "Nós não temos conhecimento da Al-Qaeda estar por trás do sequestro de dois cidadãos italianos. É essencial deixar os investigadores fazerem seu trabalho com a máxima confidencialidade", disse o chanceler em Nova York.
Cacace, de 56 anos, e Calonego, de 66, foram raptados na última segunda junto a um cidadão canadense por um grupo de desconhecidos armados, que pararam o carro no qual os três estavam e que ia em direção ao aeroporto local. O trio trabalhava para a empresa Con.I.Cos, da sociedade Mondovi, de Cuneo, na manutenção do aeroporto de Ghat. Até o momento, a hipótese mais trabalhada pelas autoridades italianas é que o rapto se trata na verdade de um sequestro relâmpago que acabou se complicando. No entanto, nenhum pedido de resgate ou de reivindicação do ato foi feito.(Ansa)