
A grife italiana Prada anunciou a compra da concorrente Versace, pertencente ao grupo americano Capri Holdings, após semanas intensas de negociações.
Em nota oficial, uma das maiores companhias de moda de luxo do mundo afirmou que o acordo prevê a aquisição de 100% da Versace por um valor empresarial de 1,25 bilhão de euros ou US$ 1,375 bilhão, sem dinheiro e sem dívidas.
“O fechamento está previsto para o segundo semestre de 2025 e está sujeito às condições habituais, incluindo a obtenção das aprovações regulatórias necessárias”, informou a Prada, enfatizando que o valor final será determinado levando em conta ajustes com base no capital de giro e na posição financeira líquida.
A quantia indicada ainda inclui um valor significativo de prejuízos fiscais que podem ser reportáveis. Além disso, a Capri Holdings financiará certos custos relacionados à transação.
A Prada também assinou um novo financiamento de 1,5 bilhão de euros, composto por 1 bilhão de empréstimo a prazo e o restante de linha de crédito-ponte. A transação foi aprovada pelos conselhos de administração das duas grifes.
O presidente e CEO da Prada, Patrizio Bertelli, celebrou o acordo e afirmou que a grife italiana está começando um novo capítulo para a Versace.
“Temos o prazer de receber a Versace no grupo Prada e iniciar um novo capítulo para uma marca com a qual compartilhamos um compromisso constante com a criatividade, o cuidado com os produtos e uma forte herança cultural. Nosso objetivo é dar continuidade ao legado da Versace”, disse o executivo.
Segundo Bertelli, sua organização “está pronta e bem posicionada para escrever uma nova página na história da Versace, alavancando os valores do Grupo e continuando a operar com confiança e rigorosa determinação.” Fundada em 1978, em Milão, a grife pertence à Capri Holdings, dona da Michael Kors, desde 2018, quando foi comprada por 1,8 bilhão de euros (R$ 11,5 bilhões em valores atuais), e tem sido penalizada pela desaceleração no setor de alta moda.
Também surgida em Milão, mas em 1913, a Prada é um dos ícones do segmento e tem como objetivo dar novo impulso à marca, que não tem mais Donatella Versace como diretora criativa, além de formar uma potência italiana capaz de fazer frente às gigantes francesas LVMH e Kering.