
A crise econômica tem um impacto negativo sobre a presença dos imigrantes na Itália: em um ano, o número dos legalizados estacionou em cinco milhões, de acordo com as estimativas do Dossiê Caritas/Migrantes. Os números indicam que, se de um lado mais de meio milhão chegou ao país, outros tantos também deixaram a península porque, quando seu visto de permanência venceu, não encontraram trabalho. No entanto, a sua presença é essencial porque, com os € 7,5 bilhões de suas contribuições, os estrangeiros ajudam os italianos a manter o sistema de pensões.
Outro dado que surge do estudo da Caritas é que vivem na Itália cerca de meio milhão de imigrantes ilegais, dos quais um em cada 10 está regular no país.
Segundo o estudo, em 2010 a Itália rejeitou a entrada de 4.201 imigrantes e repatriou outros 18.086 (entre os que queriam refúgio e os que vivivam ilegalmente em solo italiano). No total, foram localizadas 50.717 pessoas em situação irregular.
No entanto, a média de imigração irregular na Itália caiu no ano passado: 4.406 pessoas desembarcaram no país,contra os 9.573 contabilizados em 2009. Em 2008, o número chegou perto de 40 mil imigrantes.
Apesar da queda registrada nos últimos dois anos, os desembarques recomeçaram em 2011 em decorrência das convulsões políticas na Tunísia, Egito, Líbia e Síria.
O estudo da Caritas também destaca que só no ano passado 7.039 imigrantes deram entrada nos Centros de Identificação e Expulsão (CIE), com uma permanência média de 51 dias nesses locais.
O dossiê ressalta os altos custos da manutenção do CIE que, segundo dados dos parlamentares, é de € 45 por dia, sem contar a despesa com a deportação de um estrangeiro, que pode chegar a € 10 mil.