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Governo italiano cogita comprar suposta obra de Leonardo Da Vinci

O Ministério da Cultura da Itália informou que acompanha as notícias sobre a descoberta de um esboço atribuído a Leonardo da Vinci. Segundo a pasta, caso a obra, que faria parte de uma série de representações do martírio de São Sebastião, seja autêntica, o governo tem interesse em comprá-la.

“Estamos acompanhando com ‘grande atenção’ e serão os especialistas – e na Itália temos especialistas muito confiáveis – que dirão se é realmente de Leonardo e definirão o valor”, disse o Ministério.

“Se for confirmada a atribuição do desenho ao gênio italiano e se a obra realmente for a leilão, o Ministério, através dos órgãos competentes, verificará todos os caminhos possíveis, inclusive com o envolvimento de sujeitos privados e mecenas, para fazer uma oferta de compra correta e ponderada, e destinar a obra a um grande museu público italiano”, indica a nota.

O esboço está na França, mas seu proprietário, um médico que o teria encontrado entre os documentos do pai falecido, teria se recusado a vendê-lo ao Louvre. O caso chegou a parar na Justiça, mas o processo terminou nos últimos dias com a derrota do Ministério da Cultura francês e do museu parisiense.

Segundo o jornal Le Monde, o tribunal administrativo de Paris, em julgamento no último dia 20 de outubro, decidiu que o desenho poderá ser vendido em leilão e ordenou que o Estado francês dê ao proprietário o certificado de exportação.

A obra, que segundo estimativas da imprensa pode valer cerca de 15 milhões de euros (R$ 78,8 mi), foi descoberta em 2016.

O desenho feito a tinta pode ter saído de um dos cadernos de Leonardo: tem dimensões reduzidas (19,3 cm de altura e 13 de largura).

Por ocasião da descoberta, o Ministério da Cultura da França afirmou que o desenho, que tem também dois esboços no verso, representaria “um novo elemento no conhecimento da evolução da composição entre a série de São Sebastião e das experiências científicas de Leonardo da Vinci”.

O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, já manifestou interesse em receber o desenho na cidade. A capital financeira da Itália também abriga o Cenacolo Vinciano, museu do famoso afresco “A Última Ceia”.

Para Sala, a ideia de levar a obra até lá “é ótima” e o desenho poderia ser exposto na Pinacoteca de Brera ou no Palazzo Citterio: “Que tem uma coleção já definida, mas encontraremos espaço”.

“Mas precisam buscá-lo. Conversei com o ministro [da Cultura, Gennaro] Sangiuliano e me parece uma ótima ideia fazer uma compra por ano em vez de comprar mais obras menores. Obviamente, quando me contou dessa sua ideia, disse que ficaríamos muito felizes de recebê-lo. Vamos torcer”, disse.

Por outro lado, o crítico de arte e subsecretário de Cultura da Itália, Vittorio Sgarbi, disse que a obra não deveria ser comprada “nem por um centésimo da cifra aventada”: “O desenho não é de Leonardo e é medíocre”. “Só um cego, ou um mal intencionado, poderia atribuí-lo a Leonardo da Vinci. Quem está no Ministério da Cultura precisa ser competente e prudente, para salvaguardar o bem mais precioso, que é a reputação, sempre ameaçada por uma imprensa tendenciosa”, afirmou.

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