
O governo da Itália assegurou que não existe risco de erupção iminente na zona de Campi Flegrei, nos arredores de Nápoles, que abriga um supervulcão subterrâneo e tem registrado uma intensa atividade sísmica nas últimas semanas devido ao acúmulo de magma e gás nas profundezas.
“O Observatório Vesuviano declara que não há, até o momento, evidências de erupção imediata, então precisamos trabalhar para a normalidade, mas estarmos prontos para todas as eventualidades”, disse o ministro da Proteção Civil, Nello Musumeci, em uma audiência na Câmara dos Deputados sobre as ações de apoio à população local.
Os Campi Flegrei (“Campos ardentes” em grego antigo) abrigam mais de meio milhão de pessoas e englobam partes do território de Nápoles, capital da Campânia, e municípios vizinhos. Segundo Musumeci, pelo menos 100 mil residentes estão expostos a um risco “muito elevado”.
Nas últimas semanas, diversos terremotos relativamente rasos – a dois quilômetros de profundidade – assustaram a população, o mais forte deles com magnitude 4.4 na escala Richter, embora sem provocar vítimas.
“Naquela área, que coincide com um dos mais perigosos vulcões ativos do mundo, uma acurada e responsável programação urbanística teria impedido qualquer atividade de construção”, salientou Musumeci.
A região passa por uma fase de “bradismo”, fenômeno que eleva o nível do solo a partir do gás e magma acumulados nas profundezas. Esse aumento passou de uma velocidade de um para três centímetros por mês, segundo o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV).
Diferentemente do vizinho Vesúvio, os Campi Flegrei não têm um vulcão principal, mas sim diversas crateras espalhadas por uma estrutura chamada “caldeira”, ou seja, uma área rebaixada e relativamente circular que se formou devido à erosão causada por erupções passadas.