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G20 quer plano de ação para crescimento mundial equilibrado e cobrará Itália por redução da dívida

O encontro entre líderes do G20 no sul da França vai cobrar da Itália compromisso com a redução da dívida pública e do déficit. O apelo será incluído no plano de ação desenhado para promover crescimento equilibrado da economia mundial.

A agência de notícias Reuters teve acesso a um esboço do documento datado de 2 de novembro. O texto informa que as nações do G20 vão se comprometer a coordenar ações e políticas. O plano deve permitir que países com grandes déficits orçamentários alcancem consolidação fiscal e que aqueles com superávits comerciais trabalhem para impulsionar a demanda interna.

Espaços em branco no documento preliminar referentes a políticas cambiais e aos recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) sugeriram que esses temas ainda estão em discussão. Mas o comunicado, que continha poucos elementos inesperados, foi amplamente ofuscado pela possibilidade de uma saída repentina da Grécia da zona do euro.

O esboço mostrou que o G20 está considerando uma proposta do FMI para criar uma nova linha de crédito de curto prazo para ajudar os países a enfrentarem choques econômicos fora de controle, afirmou uma fonte do G20.

O grupo também está considerando injetar bilhões de dólares na economia global através de uma segunda alocação especial dos Direitos Especiais de Saque do FMI (SRD, na sigla em inglês). Tal medida deve ajudar a controlar a ansiedade sobre a crise da zona do euro, que está causando estragos com ações e mercados de títulos.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, esperava usar seu ano como anfritrião do G20 para atingir objetivos ambiciosos, como revisar o sistema financeiro global e combater a volatilidade nos preços das commodities. Ele, no entanto, teve de reduzir suas expectativas, quando a crise, que começou há dois anos na Grécia, passou a afetar outros países do continente com elevada carga de dívida.

O esboço do comunicado mostra uma preocupação com o fato de que se a Itália não conseguir colocar as contas em ordem, poderia seguir no mesmo caminho de Grécia, Irlanda e Portugal, precisando de um resgate financeiro. O texto cita a necessidade de reformas como na previdência e em outras áreas.

"A Itália compromete-se em chegar a um rápido declínio da relação dívida sobre o PIB a partir de 2012 e aproximar-se de um orçamento equilibrado até 2013", informou o esboço, obtido pela Reuters.

"Este objetivo, baseado na implementação integral do pacote fiscal de 60 bilhões de euros aprovado durante o verão (na Europa), vai ser apoiado pelo reforço das regras fiscais, decorrentes tanto da legislação europeia quanto da introdução na Constituição da regra do orçamento equilibrado."

Em uma cúpula da União Européia (UE) realizada em 26 de outubro, a Itália concordou em equilibrar o seu orçamento em 2013.

O G20 havia listado sete países que deveriam tomar medidas para eliminar os desequilíbrios que a desencadearam a crise de 2007-2009: Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Índia. Entre os problemas estavam a divergência entre o déficit comercial dos EUA e o superávit comercial da China.

Espera-se agora que todas as 20 nações que compõem o grupo se comprometam com medidas. A França, por exemplo, deve prometer cortar bilhões de dólares em seu orçamento.

O esboço do comunicado mostrou que pouco progresso foi feito na meta inicial do G20 na França de lançar uma reflexão sobre o sistema monetário mundial. O grupo comprometeu-se a trabalhar para um sistema que reflita melhor as economias emergentes, mas não citou como ou em qual prazo será alcançado.

O G20 também concordou que a composição da cesta de moedas do FMI, o SDR, deva ser ajustado e ampliado ao longo do tempo "para refletir a mudança no papel e características das moedas", mas não fez menção de eventualmente incluir o iuan, como a França esperava.

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