
Nas águas do Mar Mediterrâneo, próximas à comuna italiana de Isola delle Femmine, arqueólogos encontraram restos de um navio romano, que data do século 2 a.C. A descoberta foi descrita pelas autoridades locais como “um dos achados arqueológicos mais importantes feitos nos últimos anos”.
O naufrágio, que está a 92 metros de profundidade no oceano, ainda apresenta uma carga de vinhos de ânfora, cujo processo de produção remonta à Roma Antiga (753 a.C. a 476 d.C.). É possível observar as garrafas de bebida em imagens captadas por um robô submarino
O equipamento aquático foi comandado a partir do navio oceanográfico Calypso South, que pertence à Agência Regional para a Proteção do Ambiente da Sicília (Arpa). O presidente da entidade, Vincenzo Infantino, comenta que o monitoramento das águas enriquece as belezas do mar siciliano em muitos aspectos.
“Não só em termos de espécies e recursos ambientais, cuja proteção é um imperativo essencial para a comunidade, mas também da recuperação de elementos essenciais para a reconstrução da história do nosso mar”, diz o porta-voz, à mídia italiana Ragusa News.
Já Valeria Li Vigni, superintendente do mar da Sicília, que contribuiu com a expedição marítima, observa que a região do Mediterrâneo oferece elementos sobre esse passado ligado ao comércio marítimo continuamente. “Agora saberemos mais sobre a vida a bordo e as relações entre as populações costeiras”, conta ela, ao jornal britânico The Guardian.
Com a descoberta, os pesquisadores planejam também entender melhor como era a rota de comércio do Mediterrâneo onde os romanos comercializavam temperos, vinhos, azeite e outros produtos em direção a outras regiões da Europa, norte da África e Oriente Médio.
Por conta da antiga tradição marítima da Itália, existem inúmeros outros naufrágios romanos em toda a região mediterrânea. Todos os anos, centenas de ânforas de vinho romanos, retirados ilegalmente dos sítios arqueológicos, são apreendidos pela polícia italiana nas casas de negociantes de arte.