O diretor do jornal católico italiano Avvenire, Marco Tarquínio, demonstrou indignação com a forma como a mídia está abordando a postura do comandante do navio Costa Concordia, Francesco Schettino.
"É insuportável a tenacidade usada no processo midiático em relação ao censurável e indefensável capitão [Francesco] Schettino", publicou Tarquínio.
Segundo o diretor, "em algumas capas [de jornais], já se concluiu de forma raivosa uma sentença: a lapidação do capitão".
"Tentei me imaginar no lugar deste homem e entendo que não conseguiria ficar em paz com a terrível sequência de erros cometidos. Conscientizo-me que tudo isso que continua sendo publicado– com maior ou menor ênfase, geralmente com violência– só torna o meu desespero mais absoluto e irremediável", comentou.
O diretor do jornal católico também contou se colocar "no lugar de quem está ao lado deste homem e lhe quer bem, antes de tudo seus familiares, e me sinto literalmente esmagado".
"Desejo que outras pessoas realizem este mesmo exercício. Por outro lado, investigadores e magistrados — mesmo que brigando entre eles — já estão fazendo o que devem e os fatos são claros", ressaltou.
Schettino é acusado pela Procuradoria de Grosseto de ter abandonado o navio antes de socorrer todos os passageiros.
O Costa Concordia naufragou na última sexta-feira, com mais de quatro mil pessoas a bordo. FABIO BOTTO FARHAN