Preferido dos mercados e apontado como mais provável sucessor de Silvio Berlusconi no cargo de primeiro-ministro da Itália, Mario Monti tem a vantagem, segundo analistas, de ter um bom trânsito entre os demais países europeus, graças a sua experiência à frente de dois comissariados da União Europeia, entre 1995 e 2004.
Espera-se que Monti, nomeado senador vitalício na quarta-feira pelo presidente Giorgio Napolitano , indique um gabinete pequeno formado principalmente por especialistas tecnocratas para adotar medidas com o objetivo de tirar a Itália da crise.
No cargo de Comissário europeu responsável por combater os monopólios e zelar por uma concorrência comercial saudável na União Europeia, entre 1999 e 2004, ele ganhou o apelido de "Super Mario", pela tenacidade que mostrou ao se opor aos poderosos bancos regionais alemães e por impedir a fusão entre os gigantes do setor de energia General Electric e Honeywell.
Antes disso, de 1995 a 1999, ele foi Comissário europeu para mercado interno e serviços.
O fato de ele ter sido apontado para cargos na Comissão Europeia durante um dos governos de Berlusconi e confirmado novamente no cargo durante um governo de esquerda pode sugerir que Monti tem apoio em vários partidos. Mas Berlusconi se recusou a apoiar o nome de Monti para continuar na Comissão Europeia em 2004.
Atualmente com 68 anos, o ex-professor de economia da região da Lombardia foi apontado recentemente em Bruxelas para escrever um relatório a respeito do futuro mercado único europeu.
"Ele tem experiência e (…) é uma das personalidades italianas mais estimadas", disse Gianfranco Fini, presidente da Câmara do Parlamento italiano.
Monti parece ter as qualificações econômicas e as conexões necessárias nos países da zona do euro, mas sua nomeação sem uma eleição enfrentava resistências dentro da coalizão que sustentava Berlusconi.