Para milhões de italianos a crise que sacode a península é muito concreta e atinge diretamente o orçamento familiar: quase uma em cada duas famílias (43,7%) estima que em 2011 a sua situação econômica piorou em relação ao ano passado.
Esta é uma das principais conclusões do relatório "Aspectos da vida quotidiana", publicado em Roma pelo Istat, o Instituto Italiano de Estatística.
No entanto, quase 51% acreditam que o seu padrão de vida não mudou, revelou o estudo realizado em março passado.
A "nota" que os italianos entrevistados dão de sua própria vida é elevada: 7,1 pontos, de um total de 10, indica o relatório.
Outro indicador considerado pelo Istat, o da "percepção de agravamento" da situação econômica, indica que esta sensação é estável desde o ano passado.
Entre os vários levantamentos que, há semanas, verificam o impacto da crise no país também se destaca um estudo publicado por Deloitte, que mostra claramente como os italianos estão 'apertando os cintos'.
As previsões para as festas de Natal e Ano Novo são negativas, visto que, por exemplo, os gastos serão 2,3% inferiores aos do ano passado, uma contenção três vezes superior aos cortes previstos no resto da Europa.
"Aspectos da Vida Diária"- do que se trata:
Uma pesquisa por amostragem "Aspectos da Vida Diária", que faz parte de um sistema integrado de enquetes sociais, revela informações importantes sobre a vida do dia a dia das pessoas e famílias.
Desde 1993, o levantamento é realizado todos os anos e as informações coletadas permitem conhecer os hábitos dos cidadãos e os problemas que eles enfrentam no dia a dia.
Áreas temáticas distintas se seguem nos questionários, o que permite entender como as pessoas vivem e se estão satisfeitas com o funcionamento dos serviços de utilidade pública que devem contribuir para melhorar a qualidade de vida.
Escola, trabalho, vida familiar e relacionamentos, habitação e área de moradia, lazer, participação social e política, saúde, estilo de vida e relação com os serviços são estudados sob uma perspectiva em que, subjetividade das expectativas e objetividade dos comportamentos, das motivações e dos julgamentos ajudam a definir a informação social.
Esta pesquisa se insere no Programa Nacional de Estatística, que recolhe todos os levantamentos estatísticos necessários para o país.