O ex-técnico da seleção italiana Arrigo Sacchi condenou o uso do futebol profissional como meio de lavagem de dinheiro, e exortou os clubes a administrarem melhor suas finanças para evitar a prática.
"O futebol não pode se converter no lugar ao qual algumas pessoas recorrem para lavar dinheiro. É importante que os clubes equilibrem seus balanços para não depender de mecenas que não beneficiam o esporte", reiterou Sacchi, em uma entrevista coletiva concedida em Assunção.
O ex-técnico está na capital paraguaia para o seminário "O Futebol do Futuro", organizado pela Escola de Futebol Italiano de Empoli FC, com sede em Assunção. O dinheiro arrecadado durante o evento será destinado a financiar a participação de crianças carentes na escola de futebol do Empoli.
Na coletiva, Sacchi afirmou também que, "no futebol de antes, enfatizava-se a fantasia individual, mas no futebol atual a fantasia é coletiva".
Ele lembrou que quando era zagueiro do Milan e deveria enfrentar o Napoli de Diego Maradona, sentia como se "tivesse uma espada sobre a cabeça que podia cair em qualquer momento".
No Paraguai, Sacchi foi condecorado pelo governo com a Ordem Nacional do Mérito José Falcón, distinção que foi questionada pelo jornal La Nación, de Assunção. O reconhecimento foi entregue ao ex-treinador pelo próprio chanceler paraguaio, Héctor Lacognata.
O ato também foi presenciado pelo embaixador da Itália em Assunção, Pietro Percarelli e por outras personalidades. Lacognata qualificou Sacchi como uma "personalidade importante" e disse que sua participação no seminário será importante para as crianças carentes do país.
O jornal La Nación, porém, questionou a condecoração, lembrando que o ex-técnico "não registra antecedente algum de cooperação com o país", requisito obrigatório para a entrega da distinção.
A publicação destacou os numerosos méritos esportivos de Sacchi e reconheceu que é um "revolucionário tático" do futebol italiano, porém sustentou que "sua relação com o Paraguai foi inteiramente nula"
