O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, de 78 anos, corre o risco de responder a outro processo, desta vez sobre corrupção contra o sistema judiciário e falso testemunho, informou a Procuradoria de Milão, ao encerrar o inquérito "Ruby-Ter".
De acordo com os procuradores Tiziana Siciliano e Luca Gaglio, Berlusconi teria pago para manter 21 mulheres em silêncio e não testemunharem contra ele no chamado processo "Ruby", em que era acusado de prostituição de menores e abuso de poder, mas do qual foi absolvido. Entre as subornadas, estaria a própria "Ruby", nome pela qual a dançarina marroquina Karima el Mahroug é conhecida.
O inquérito cita 34 pessoas, incluindo o advogado Luca Giuliante, o presidente da produtora de filmes Medusa, Carlo Rossella, e as mulheres que participavam das festas na casa de Berlusconi, em Arcore.
Estes eventos, chamados de "bunga-bunga", levaram ao processo "Ruby", que acusava Berlusconi de participar de noitadas com prostitutas, entre elas Karima el Mahroug, que na época era menor de idade. O inquérito encerrado hoje afirma Berlusconi pagou, entre os anos 2010 e 2014, mais de 10 milhões de euros, entre dinheiro em espécie, bônus bancários, imóveis e carros, para manter as garotas em silêncio nos depoimentos à Justiça.