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Estudantes e professores protestam em várias cidades italianas

Milhares de estudantes e professores saíram às ruas em toda a Itália, para exigir escolas, universidades e mudanças no país. Eles, porém, mostraram-se contrários aos projetos apresentados pelo governo do premier, Matteo Renzi, entre eles a reforma trabalhista intitulada "Jobs Act" e à educacional, que leva o nome de "Buona Scuola".

Com a hashtag #10ottstudentiinpiazza ("10 de outubro os estudantes na rua", na tradução), os manifestantes afirmam ser a "beleza do país" e ressaltam que não aceitarão mais "viver na precariedade e serem privados de direitos".

O slogan dos protestos é "A boa escola somos nós". Entre as exigências dos manifestantes, destaca-se a manutenção das escolas públicas e a oposição à possibilidade de privatização dos colégios do país.

No Coliseu, um dos principais monumentos da capital italiana, foi realizado um flash mob. "Este de hoje representa o início de uma série de 10 flashes mob que ocorrerão em 10 cidades da Itália", disse Alberto Irone, porta-voz da Rede de Estudantes Médios. Também houve protestos em Milão, Turim, Cagliari, Veneza, Bari, Pisa, Cosenza, Molise, Nápoles, Bolonha e Palermo, entre outras dezenas de cidades. Em Palermo, os manifestantes lançaram ovos contra a sede regional do Banco Central. Os organizadores estimam que mais de 80 mil pessoas participaram do ato em todo o país. Em geral, os jovens italianos têm protestado por se sentirem expropriados de "direitos" e de um "futuro". Atualmente, a taxa de desemprego juvenil é de cerca de 44,2%, um recorde batido no mês de agosto.

Na última quarta-feira (8), a reforma trabalhista de Renzi conseguiu obter o voto de confiança do Senado, em um placar de 165 contra 111. Durante o dia, porém, o plenário foi palco de protestos, vaias e berros entre os parlamentares que são contrários ao projeto de lei. O objetivo da reforma, segundo o governo, é flexibilizar o mercado de trabalho e incentivar as empresas a contratarem. No entanto, os críticos da proposta dizem que Renzi quer tirar direitos dos trabalhadores.

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, disse à Ansa que o projeto Jobs Act "é, naturalmente, um passo importante", mas "ainda há muito a fazer". Desde que assumiu o governo italiano, em fevereiro, Renzi também encabeçou o projeto de reforma educacional que prevê, entre outras coisas, contratação de professores apenas via concurso público; fim de professores suplentes; criação de plano de carreira e gratificações; formação contínua e obrigatória; inclusão de disciplinas "criativas", como arte e esporte; banda larga e wi-fi em todas as escolas; menos burocracia e mais transparência na gestão do ensino; e ao menos 200 horas de estágio ou trabalho técnico aos estudantes dos últimos três anos de ensino médio. 

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