
O governo russo declarou que as relações bilaterais com a Itália estão severamente degradadas após a administração do primeiro-ministro Mario Draghi anunciar mais ajuda à Ucrânia.
“Devo dizer com pesar que o estado das relações bilaterais está em grave deterioração e não depende de nós”, disse o embaixador russo em Roma, Sergey Razov, no programa “Stasera Italia” no canal Rete 4.
Durante a entrevista, o embaixador ainda lamentou a expulsão de 30 diplomatas russos da Itália por “questões de segurança nacional” e confirmou que “em breve haverá uma resposta adequada, conforme previsto pela prática diplomática”.
Razov criticou a ajuda militar feita pelo governo italiano à Ucrânia para combater a invasão da Rússia, iniciada em 24 de fevereiro. Ontem, o ministro da Economia da Itália, Daniele Franco, anunciou um novo pacote de 200 milhões de euros para auxiliar Kiev.
“Para mim, é uma lógica estranha que para alcançar a paz você tenha que enviar armas pesadas. Só posso dizer às autoridades italianas que, com essas armas, civis e militares russos serão mortos e isso não vai ajudar nossas relações”, enfatizou.
Recentemente, ele já havia dito que a “Itália está apagando fogo com querosene”, ao acusar o governo Draghi de enviar armas para fortalecer as tropas ucranianas. Apesar disso, Razov afirmou que “nem todos os italianos são a favor dessas medidas”.
Além da ajuda militar enviada à Ucrânia, diversos países, como Estados Unidos, Itália, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, França e Irlanda, já expulsaram dezenas de diplomatas russos por causa da guerra e de questões de espionagem e aplicaram sanções contra a Rússia.
“Obviamente houve dificuldades para a economia do nosso país, assim como para os países que produziram sanções. Dissemos que são uma faca de dois gumes. Mas tenho certeza que vamos ficar de pé”, concluiu Razov.