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Em sessão tensa, Câmara da Itália aprova decreto contra raves

Em uma sessão tensa, marcada inclusive por insultos, a Câmara dos Deputados da Itália aprovou o decreto-lei contra as raves com 183 votos a favor, 116 contrários e uma abstenção.

Para além das críticas da oposição contra o presidente da Casa, Lorenzo Fontana, que ativou um mecanismo chamado de “guilhotina” e barrou todas as tentativas de obstrução ao texto, cerca de 50 deputados da base aliada de Giorgia Meloni também não comparecerem ao plenário.

A medida drástica de Fontana é tomada quando o prazo para a aprovação de um texto está para vencer, mesmo sem o fim da análise ordinária dos parlamentares, e para fazer com que ele tramite dentro dos prazos constitucionais.

Essa foi apenas a segunda vez na história republicana que a “guilhotina” foi adotada, sendo a primeira em 2014 durante uma votação sobre questões econômicas.

Apesar de focar nas festas com música em áreas invadidas, o DL tem uma série de medidas que nada tem a ver com o assunto, como a reintegração de médicos antivacina e a suspensão das multas aplicadas nas pessoas com mais de 50 anos que se negaram a vacinar contra a Covid-19.

Além disso, retira a obrigatoriedade de realizar um teste (seja rápido ou molecular) para detectar a doença assim que aparecem os primeiros sintomas e de fazer um exame do mesmo tipo após os cinco dias de isolamento ao testar positivo.

O autoisolamento para quem tem contato próximo com alguém com a doença caiu de 10 para cinco dias, sem necessidade de teste, e foi revogada a necessidade de ter um exame ou o comprovante de vacinação para entrar em estruturas residenciais e sócio assistenciais de idosos e pessoas vulneráveis.

Também caiu a obrigatoriedade de teste rápido para ir a um hospital ou pronto socorro como acompanhante.

A questão sanitária foi um dos motivos usados pelo presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais da Câmara, o deputado Nazario Pagano, do Força Itália (FI), para não comparecer ao plenário.

“Não participei da votação sobre o ‘dl rave’ não porque não compartilho com o conteúdo, mas porque no artigo 7 há uma coisa grave. Uma norma que não compartilho que é a revogação da suspensão da atividade profissional dos chamados ‘médicos no vax'”, afirmou após a decisão.

Já um dos principais expoentes do opositor Partido Democrático (PD), Nicola Zingaretti, afirmou que “infelizmente a Itália não está sendo governada e tudo está uma confusão total”.

“Quero lembrar a premiê Meloni que se há um erro em um texto de lei, isso pode acontecer e se corrige, mas se você erra na estratégia contra um vírus, morrem seres humanos. Sobre essas coisas não se pode brincar”, afirmou o deputado e ex-governador de Lazio.

Pouco depois, o texto foi sancionado pelo presidente Sergio Mattarella.

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