
Um grupo de países da União Europeia se opôs à concessão de proteção temporária para refugiados da guerra na Ucrânia que sejam de outras nacionalidades.
O tema está em discussão no Conselho de Assuntos Internos da UE, e o movimento contra deslocados não ucranianos é liderado pela Áustria e pelo grupo Visegrád, que inclui Eslováquia, Hungria, Polônia e República Tcheca.
“Além de Polônia, Eslováquia e Hungria, muitos países estão preocupados com isso, incluindo a Áustria. Não tem sentido incluir cidadãos de países terceiros”, afirmou o ministro austríaco do Interior, Gerhard Karner, à margem de uma reunião do conselho em Bruxelas.
Os Estados-membros da UE já têm um acordo para aprovar a concessão de proteção para ucranianos, mas a questão dos refugiados de outras nacionalidades se tornou um entrave.
Há relatos de discriminações contra africanos que viviam na Ucrânia e não conseguiram entrar na União Europeia para fugir da guerra.
No início da semana, Gabão, Gana e Quênia, representantes da África no Conselho de Segurança da ONU, condenaram o “tratamento racista” contra africanos e afrodescendentes que tentam escapar do território ucraniano.
Os países do Visegrád – dos quais apenas a República Tcheca não faz fronteira com a Ucrânia – são historicamente contrários às políticas da UE para refugiados e boicotam sistematicamente as tentativas do bloco de redistribuir os deslocados internacionais que chegam na Itália e na Grécia.
A ministra italiana do Interior, Luciana Lamorgese, que também viajou a Bruxelas para a reunião do Conselho de Assuntos Internos, cobrou “solidariedade” na Europa. “Vamos fazer frente a todas as necessidades que se apresentarem”, garantiu.