
O biólogo molecular italiano Alessandro Coatti, cujo corpo foi encontrado esquartejado na Colômbia, pode ter sido assassinado por grupos paramilitares locais, dizem especialistas com base nas características do homicídio, que ainda é um mistério para os investigadores.
“Quem mata deste modo na região [de Santa Marta] são aqueles do Clã del Golfo e das Autodefensas Conquistadores de la Sierra”, afirmou ao jornal El Tiempo o especialista em conflitos territoriais, Lerber Dimas.
“Há um padrão recorrente claro nesses crimes: corpos torturados, desmembrados, jogados em sacos de lixo ou de café e abandonados em estradas rurais”, explicou a especialista em direitos humanos, Norma Vera Salazar, segundo a qual “tipos assim de homicídios são utilizados pelos grupos de defesa para enviar mensagens de alerta, gerar medo e marcar o território”.
Fontes que acompanham o caso de perto concordam em um ponto: é certo que “não existem elementos que liguem Coatti ao tráfico de drogas ou a atividades do crime organizado”.
Natural de Portomaggiore, província de Ferrara, na Emília-Romagna, Coatti, de 42 anos, viajava sozinho e estava na América do Sul para fins de turismo. Ele chegou à Colômbia após visitar Peru, Bolívia e Equador. Em território colombiano, o homem esteve no Parque Nacional Natural Tayrona, a cerca de 30 quilômetros de Santa Marta, onde seus restos mortais foram espalhados.
De acordo com as primeiras reconstruções do caso, no sábado à noite (5), o italiano foi para uma boate e não voltou.
Segundo consta, a cabeça e os braços da vítima foram encontrados em uma mala próxima ao estádio de Santa Marta. A polícia conseguiu identificar o italiano graças a uma pulseira de hotel que ele usava. As demais partes do corpo de Coatti foram localizadas em outra região do município.