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Dia da Libertação da Itália é marcado por homenagens ao Papa

A Itália celebrou o 80º aniversário da Libertação, data que recorda a derrota do regime nazifascista, em um dia marcado por homenagens ao papa Francisco, que morreu no dia 21 de abril.

O presidente Sergio Mattarella repetiu a tradição de depositar uma coroa de louros no Túmulo do Militar Desconhecido no Altar da Pátria, em Roma, acompanhado pela premiê Giorgia Meloni e pelos chefes do Senado, Ignazio La Russa, e da Câmara dos Deputados, Lorenzo Fontana, além de ministros.

Em seguida, viajou para Gênova, onde lembrou que a região da Ligúria, “rica em virtudes patrióticas”, contribuiu muito “para a conquista da liberdade do nosso povo”, e “a profunda aspiração do povo italiano, após as guerras do fascismo, era a paz”.

Mattarella aproveitou para citar a encíclica “Fratelli Tutti”, na qual Francisco pediu a todos para superar “os conflitos anacrônicos”, lembrando que “cada geração deve fazer suas as lutas e as conquistas das gerações anteriores e conduzi-las a objetivos ainda mais elevados”.

“Não é possível ficar satisfeito com o que já foi conquistado no passado e parar para aproveitar, como se essa situação nos fizesse ignorar que muitos de nossos irmãos ainda sofrem situações de injustiça que nos desafiam a todos”, afirmou.

Segundo o chefe de Estado, “é por isso que é sempre tempo de Resistência, é por isso que os valores que a inspiraram são sempre atuais”.

“Abriu-se o período dos direitos humanos das pessoas e dos povos, para prevenir conflitos, para afirmar que a dignidade das pessoas não se limita às fronteiras do Estado do qual são cidadãos. Não pode haver paz apenas para alguns. Bem-estar para poucos, deixando a pobreza, a fome, o subdesenvolvimento, as guerras, para outros. Esta é a grande lição que o papa Francisco nos deu”, reiterou Mattarella.

Além disso, o presidente italiano destacou que a “Resistência estabeleceu como objetivo alcançar a paz como condição normal para as relações entre os povos” e foram “os expoentes antifascistas que elaboraram a ideia de uma Europa unida, contra a tragédia dos nacionalistas que desencadearam as guerras civis europeias”.

“Agora, a igualdade, a afirmação do Estado de Direito, a cooperação, a própria liberdade e a própria democracia tornaram-se bens comuns dos povos europeus a serem protegidos por todos os contratantes do pacto da União Europeia”, alertou o líder italiano, apelando que “não podemos nos render ao absenteísmo dos cidadãos nos assuntos públicos”.

Por sua vez, Meloni enfatizou que, hoje, a Itália renova seu “compromisso para que este aniversário se torne cada vez mais um momento de harmonia nacional, em nome da liberdade e da democracia, contra toda forma de totalitarismo, autoritarismo e violência política”.

O “Dia da Libertação” é uma das principais festas nacionais da Itália e celebra a derrota do fascismo e da ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial, além de homenagear a luta dos partisans. Diversas cidades do país, como Roma, Cagliari e Florença, comemoraram a data e aproveitaram o momento para recordar a importância de Francisco, cujo corpo será sepultado neste sábado (26).

Em Roma, o prefeito Roberto Gualtieri participou de uma manifestação da Associação Nacional dos Partisans Italianos (Anpi) e lembrou da “pessoa extraordinária” que foi o “Papa dos últimos, dos mais frágeis, o Papa da paz”.

“Devemos nos lembrar dele e acredito que lutar pelos princípios e valores da nossa Constituição faz parte da forma de sermos coerentes com a mensagem extraordinária que ele nos enviou e, portanto, não paremos no 25 de abril, continuemos todos os dias a manter altos esses valores, esses princípios e essas bandeiras”, enfatizou Gualtieri.

Já em Florença, um minuto de silêncio foi respeitado em memória de Jorge Bergoglio, antes da cerimônia habitual de 25 de abril realizada pela Prefeitura na Piazza della Signoria. “Acredito que é certo e apropriado começar nossa cerimônia lembrando o papa Francisco e sua grande contribuição para o mundo inteiro”, disse a prefeita Sara Funaro.

Para ela, o Pontífice contribuiu com “paz, diálogo e atenção aos menos afortunados” e era um “homem que, partindo da fé, soube falar a todos”. “Por isso, peço um momento de silêncio em sua memória”.

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