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Depoimento de brasileira acusada de matar filha na Itália é adiado

Mensagens de apoio, flores e bichos de pelúcia foram deixados no local onde Giuliana teria caídoO interrogatório de Simone Moreira, de 22 anos, acusada de homicídio pela morte da filha, Giuliana Favaro, de dois anos de idade, foi adiado pela Procuradoria de Treviso, na Itália, para a próxima quarta-feira. O depoimento estava originalmente previsto para ocorrer nesta segunda.

 

Simone será interrogada no presídio de Belluno, cidade próxima de Treviso, no norte da Itália, onde está detida desde sábado passado.

 

Ela é acusada pela morte da filha, encontrada ainda viva nas águas do rio Monticano, na cidade de Oderzo, também próxima a Treviso, na noite de quarta-feira.

 

Giuliana morreu na última quinta, presumidamente de hipotermia, por ter passado diversas horas na água.

 

O resultado da autópsia, que vai estabelecer a causa exata da morte da menina, será divulgado na terça-feira pelo hospital de Oderzo.

 

Defesa

 

Simone estaria sob o efeito de sedativos, em uma cela com outras três mulheres, segundo o advogado que a defende, Alvise Tommaseo Ponzetta.

 

– Deixem eu sair daqui, quero pentear minha menina antes que a enterrem – teria pedido Simone ao seu advogado, segundo o jornal local Il Gazzettino. A brasileira afirma que é inocente.

 

Ao falar com seu advogado no domingo, a jovem teria repetido que a morte da filha foi um acidente, como já havia dito em seu primeiro depoimento à policia, na noite de quarta-feira.

 

Simone teria afirmado que estava com a filha no colo, quando a colocou no chão para ir buscar os sapatos no carro e ver se havia mensagens no celular. Quando voltou, Giuliana tinha desaparecido.

 

Segundo Antonio Fojadelli, procurador da República em Treviso, cujo tribunal é responsável pelo caso, o depoimento de Simone apresentou contradições.

 

Na avaliação do magistrado, é difícil que Giuliana tenha chegado sozinha ao rio devido ao espaço muito pequeno entre as grades de proteção que cercam a área.

 

A ausência de feridas no corpo da menina também reforçaria a hipótese de que ela poderia ter sido jogada no rio, segundo a procuradoria.

 

Degraus

 

O advogado de Simone, no entanto, apresenta outra explicação para a morte.

 

– Sou o primeiro a dizer que a menina não pode ter passado por ali (pelas grades de proteção do rio). Simone nunca disse isso – disse Ponzetta ao jornal Il Gazzettino.

 

– Fiz uma vistoria no local e vi que há ao menos um ponto, atrás da praça Rizzo, com três degraus – acrescentou o advogado – Através deles, a menina poderia ter chegado ao rio.

 

Na missa de domingo, na pequena cidade de Ponte de Piave, onde Simone Moreira mora, o padre pediu aos seus fiéis que não julguem o caso precipitadamente.

 

– Não julguem, mas estejam próximos de quem está sofrendo – disse o sacerdote d. Samuel durante a missa – O diálogo é difícil com quem pensa que a própria verdade é a única.

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