Os três operários da fábrica da Fiat de Melfi (província de Potenza, sul da Itália) que foram demitidos e depois reintegrados, mas sem permissão para trabalhar, escreveram ao presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano, pedindo sua intervenção para forçar os responsáveis "a respeitarem a lei".
Giovanni Barozzino, Antonio Lamorte e Marco Pignatelli pedem a Napolitano que "no seu papel de autoridade máxima do Estado, garanta o respeito à democracia, à Constituição e ao Estado de Direito, para assegurar o livre exercício dos direitos sindicais e dos direitos reconhecidos a todos, dentro da fábrica Fiat Sata de Melfi".
Por decisão de um juiz trabalhista, os passes magnéticos de Barozzino, Lamorte e Pignatelli foram reativados, permitindo a entrada dos três funcionários na fábrica junto com seus advogados e um oficial de justiça. Uma vez dentro da fábrica, foram informados que deveriam permanecer em uma sala e trabalhar em questões sindicais, mas não cadeia de produção.
Diante da situação, com o apoio do sindicato metalúrgico Fiom (do qual dois dos três operários demitidos são delegados), eles voltaram a sair da fábrica.
"Senhor presidente, para nos sentirmos homens e não parasitas da sociedade, queremos ganhar nosso pão como qualquer pai de família e não receber um salário sem trabalhar: este nunca foi nosso estilo, nem como simples operários, nem como delegados sindicais na empresa", disseram os três na carta endereçada a Napolitano.
A Fiat acusa os três funcionários de terem sabotado a produção da fábrica de Melfi em 7 de julho passado, durante uma greve à qual se opunha a maioria dos seus companheiros de trabalho.
O sindicato Fiom, minoritário entre os operários, rejeitam o plano de reestruturação e relançamento da empresa proposto pelo CEO Sergio Marchionne, que ao contrário foi aceito por outras duas centrais sindicais mais importantes, a CISL e a UIL.