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CRISE ECONÔMICA: Itália quer fechar um quarto dos tribunais de justiça do país, para cortar despesas

 Itália quer fechar um quarto dos tribunais de justiça do país, para cortar despesasA crise econômica na Europa está reduzindo o tamanho da Justiça. Pelo menos, fisicamente. Depois de a Inglaterra anunciar o fechamento de 142 tribunais e de Portugal ameaçar fazer o mesmo com 27, chegou a vez da Itália. Nesta última semana, a Câmara dos Deputados começou a discutir a proposta do Executivo de fechar quase um quarto dos tribunais de primeira instância. A Justiça italiana é a mais cara da Europa.

O gasto anual com o sistema judiciário ultrapassa os 7 bilhões de euros (mais de R$ 17 bilhões). De acordo com dados divulgados pelo Conselho da Europa, depois da Itália, é a França o país que mais gasta com a Justiça. Em 2008, o Judiciário francês custou 6,4 bilhões de euros (quase R$ 16 bilhões) aos cofres públicos, cerca de um bilhão a menos do valor gasto na Itália. O fechamento dos tribunais foi anunciado no começo do mês pelo primeiro ministro, Mario Monti, como forma de reduzir os gastos da Justiça. A proposta de Monti é fechar 37 dos 165 tribunais de primeira instância no país. Também seriam fechadas todas as 220 varas que funcionam fora dos tribunais e mais 38 escritórios do Ministério Público. Pelos cálculos do Executivo, o enxugamento do Judiciário resultaria em uma economia de 2,8 milhões de euros (R$ 6,8 milhões) em 2012. A economia subiria para 17,3 milhões de euros (R$ 42,6 milhões) em 2013 e 31,3 milhões (cerca de R$ 77 milhões) em 2014. Pelos planos do governo, os juízes e servidores de apoio dos tribunais fechados seriam realocados para os tribunais que assumissem a competência da área do extinto tribunal. A economia, portanto, não sairia da folha de pagamento, mas dos gastos com a manutenção das instalações. O anúncio do fechamento de tribunais já era esperado desde o ano passado, quando foi publicada a Lei 148, de 14 de setembro, que trata de medidas para reduzir o déficit público. A norma prevê a redução das instalações da primeira instância no país e dá ao Executivo o poder para decidir quantos e quais tribunais serão fechados. A regulamentação da lei (chamada de decreto legislativo) precisa ser aprovada pelo Conselho de Ministros, capitaneado pelo primeiro-ministro. A proposta anunciada ainda não é a definitiva. O texto ainda precisa passar por análise do Parlamento, que deve opinar sobre o assunto. Os pareceres parlamentares, no entanto, não são vinculantes. Ou seja, o primeiro-ministro pode descartá-los e aprovar o decreto legislativo nos moldes discutidos pelo Conselho de Ministros. O fechamento dos tribunais já é o principal assunto dentro das associações de magistrados e de advogados. Nos lugares que vão perder tribunais, advogados já começam a ensaiar protestos e greves. Já dentro da magistratura, a proposta está sendo bem aceita. A associação que representa os juízes divulgou nota apoiando o fechamento dos tribunais e pedindo apenas que o governo tenha cautela ao colocar o plano em prática, para que seja o menos inconveniente possível tanto para os juízes e servidores quanto para a população.

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