
A Corte Europeia de Direitos Humanos, sediada em Estrasburgo, na França, determinou que o governo da Itália ofereça alojamentos temporários a ciganos retirados de um acampamento nômade.
A sentença é resultado de uma ação movida por três cidadãos da Bósnia-Herzegovina de etnia rom e seus filhos, que foram desalojados de um acampamento na cidade de Giugliano in Campania, na região metropolitana de Nápoles.
Ainda segundo a Corte de Estrasburgo, a Itália não pode separar as famílias. “A Corte Europeia quer nos obrigar a dar casas a ciganos? Ahahahahah. Mais um motivo para votar na Liga domingo”, disse o ministro do Interior e vice-premier italiano, Matteo Salvini, fazendo referência às eleições para o Parlamento da União Europeia, em 26 de maio – o tribunal de direitos humanos, no entanto, não faz parte do bloco.
O acampamento de Giugliano in Campania abrigava cerca de 400 ciganos e foi desmantelado, em 10 de maio, por motivos “higiênicos e sanitários”. A medida foi determinada pelo prefeito Antonio Poziello, de centro-direita.
Recentemente, a prefeita de Roma, Virginia Raggi, foi hostilizada por manifestantes neofascistas ao visitar uma família cigana que ganhou um apartamento popular do poder público. Além disso, Salvini já propôs até um “censo” das populações nômades, afirmando que, “infelizmente”, os ciganos italianos não poderiam ser expulsos.