
A União Europeia estuda cobrar uma taxa de 50 euros de estrangeiros que entrarem no bloco a turismo ou a trabalho para enfrentar a mais grave crise migratória desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, a hipótese foi formulada por especialistas financeiros da Comissão Europeia, poder Executivo da UE, e será submetida ao exame dos Estados-membros. Ela prevê que o pagamento seja efetuado no momento da chegada a atingiria cidadãos de todos os outros continentes.
Uma alternativa que também está sendo estudada é a criação de uma "contribuição" de 10 euros (R$ 41) que seria cobrada junto com a passagem aérea. O objetivo dessas iniciativas é abastecer o fundo criado para administrar o acolhimento a solicitantes de refúgio e a repatriação de imigrantes sem direito à proteção do bloco.
Na prática, se for aprovada, a taxa funcionará como uma espécie de visto, ainda que seja menos burocrática, já que a entrada na União estará condicionada apenas ao seu pagamento, e não à análise das autoridades europeias.
Atualmente, Bruxelas não exige visto para cidadãos de diversos países, inclusive o Brasil, desde que respeitado o limite de 90 dias de permanência.
Essa também seria uma forma de evitar cobranças sobre os solicitantes de refúgio, que na maioria das vezes viajam sem dinheiro.
Outra particularidade é que a taxa de entrada não atingiria nenhum cidadão da Europa, mesmo que seu país não faça parte da UE ou do Espaço Schengen — é o caso da Ucrânia, por exemplo.
De acordo com o Corriere della Sera, o "visto" poderia levar aos cofres europeus de 500 milhões a 700 milhões de euros por ano.