A morte do ex-presidente italiano e senador vitalício Francesco Cossiga, de 82 anos, foi recebida com lamentação entre políticos e autoridades da nação europeia.
"Acolho com dor a notícia do falecimento de Francesco Cossiga. Foi um grande protagonista da vida democrática do nosso país", recordou o ex-premier Massimo D'Alema (1998-2000).
"Com ele, tivemos momentos de encontro assim como de ásperos conflitos, vividos sempre com respeito recíproco e lealdade. Nestes últimos anos, nos uniu uma intensa amizade, da qual lhe serei sempre grato", acrescentou o também ex-chanceler.
O ministro de Justiça, Angelino Alfano, afirmou que a morte de Cossiga é a perda de "uma figura insubstituível da classe política italiana e um pedaço importante da história republicana" do país.
"Homem das instituições ainda antes que político, e figura de referência dos católicos italianos [por ter pertencido à Democracia Cristã, DC], soube dar personalidade, como talvez nenhum antes dele, aos papeis e aos encargos que serviu pelo país", completou o titular.
De acordo com Alfano, o senador vitalício foi "testemunha e protagonista ativo" por mais de 60 anos do "crescimento político e social" da Itália, ao qual teria contribuído "vivamente com palavras e fatos".
"Está diante do Senhor levando a oração dos partisões [como se chamavam as pessoas que lutaram na resistência anti-fascista]. Como eles, foi por toda a vida rebelde pelo amor à liberdade. Com ele se apaga a luz mais alta do catolicismo político europeu", afirmou o ministro de Atuação do Programa de Governo, Gianfranco Rotondi.
"Estou verdadeiramente triste com a morte do presidente [emérito] Francesco Cossiga, homem político de grande expressão e [ex] chefe de Estado visionário que soube antecipar as mudanças", completou o titular das Infraestruturas e Transportes, Altero Matteoli, prestando condolências à família.
O chefe da pasta de Simplificações Normativas, Roberto Calderoli, também falou sobre o acontecimento, dizendo sentir "uma grande dor e desgosto pela perda de um amigo e grande personagem político, que ensinou muitas coisas a todos nós".
Andrea Ronchi, das Políticas Europeias, exprimiu tristeza e disse que fará falta sua "voz livre, a ironia sutil e provocatória, mas sempre finalizada ao nascimento de um confronto, longe da contraposição violenta e do conflito".
Francesco Cossiga começou sua carreira política em 1958 como deputado pelo DC, partido de centro. Ele foi ministro do Interior e das Relações Exteriores, e presidente do Senado em 1983. Em 1985 foi eleito presidente, além de também ter ocupado o cargo de chefe de Governo.