A cidade de Roma, capital da Itália, se tornou palco de ações de sabotagem contra imóveis destinados a aluguéis de temporada.
Ativistas anônimos removeram cofres usados por anfitriões para deixar as chaves para os hóspedes e instalados em ruas nos arredores do Circo Massimo, na zona arqueológica da “cidade eterna”.
No lugar dos dispositivos, cada vez mais presentes no cenário de grandes cidades turísticas, foram colocados cartazes com os dizeres: “Se você procura os lockers e não os encontra, leia aqui embaixo”.
“Rebelamo-nos: removemos esses cadeados para denunciar a venda da cidade ao turismo bate e volta, que afasta e deixa pelas ruas as pessoas que habitam na cidade”, diz a mensagem, acompanhada por um chapéu de Robin Hood, o herói mítico que rouba dos ricos para dar aos pobres.
O manifesto alerta para a disparada dos preços dos aluguéis para moradia, cenário que os ativistas atribuem à popularização dos serviços de casas para temporada. “Essa é apenas a primeira ação que fazemos contra o seu jubileu dos ricos”, afirma o texto, em referência ao Jubileu da Igreja Católica em 2025, que deve levar milhões de turistas a Roma.
Segundo o manifesto, a capital italiana tem mais de 50 mil pessoas em “emergência habitacional” e cerca de 100 mil apartamentos vagos, muitos deles usados por turistas.
Serviços de aluguéis breves, dentro os quais o mais popular é o Airbnb, estão na mira do governo italiano, que promete uma regulamentação para o setor. No entanto, enquanto as novas regras não chegam, algumas cidades se movimentam por conta própria.
É o caso de Florença, capital da Toscana, que proibiu a criação de novos imóveis para aluguéis de temporada em seu centro histórico, área tombada pela Unesco como patrimônio da humanidade.