
Após um pacto bilateral com a Líbia, a Itália assinou em Roma, uma declaração conjunta com a Tunísia para reforçar a cooperação contra a imigração clandestina no Mediterrâneo Central.
O documento foi firmado pelos ministros das Relações Exteriores Angelino Alfano e Khemaies Jhinaoui e faz parte de uma série de novos acordos envolvendo os dois países, que cobrem áreas como turismo, desenvolvimento, agricultura, novas tecnologias e meio ambiente.
“Existe um trabalho em comum para bloquear os traficantes de seres humanos na rota do Mediterrâneo Central”, declarou Alfano, acrescentando que a Itália trabalhará para “ajudar” a Tunísia a criar empregos, principalmente nas zonas mais carentes.
Entre outras coisas, Roma dará treinamento e equipamentos à Guarda Costeira tunisiana – assim como fará com a Líbia – para tentar conter o fluxo migratório no mar Mediterrâneo. “Acho que essa contribuição dará resultados frutíferos”, acrescentou o chanceler italiano.
Atualmente, a Tunísia não é o principal ponto de partida para imigrantes clandestinos chegarem à Itália – de 22 mil em 2011, o número de deslocados externos que viajam de um país ao outro caiu para cerca de 1 mil em 2016, sendo a maioria deles da África Subsaariana.
No entanto, com os planos de Roma e da União Europeia para “fechar” a rota líbia, existe o temor de que esse fluxo acabe sendo escoado por nações vizinhas, como Egito, Argélia e Tunísia – esta última está a menos de 140 km de Lampedusa, a ilha mais meridional da Itália.
Segundo o projeto “Missing Migrants” (“Imigrantes Perdidos”), da Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 9,3 mil deslocados externos já usaram a rota do Mediterrâneo Central em 2017, e outros 228 morreram ou sumiram durante o trajeto.