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Após ataque, Itália analisa retirada de tropas do Afeganistão

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, assegurou que seu governo trabalhará em uma "estratégia de transição" para retirar tropas do Afeganistão, depois que seis militares do país morreram nesta última quinta-feira em um atentado ocorrido em Cabul. "Haverá uma estratégia de transição e uma diminuição dos organismos, mas não podemos, depois de ter feito tanto, inclusive em termos de sacrifícios humanos, abandonar a missão devido a estes eventos traumáticos", observou o premier.

 

Berlusconi, que participou nesta quinta-feira em Bruxelas de uma reunião extraordinária de chefes de Estado e Governo da União Europeia (UE), explicou que a retirada das tropas do Afeganistão depende de uma decisão que deve ser tomada por todos os governos que têm militares no país.  Ele informou que o tema será tratado no encontro de líderes do G20 (grupo que reúne as principais economias do mundo), que ocorre no fim do mês nos Estados Unidos, e na reunião de outubro da UE. 

"A redução das tropas estava prevista e falaremos disso. Lembro que aumentamos recentemente em quase 500 soldados [o contingente] para o período eleitoral" afegão, ressaltou o premier.  Com o êxito do pleito, no qual foram manifestadas "as verdadeiras intenções de voto dos cidadãos afegãos", disse ele, "pelo menos estes 500 homens poderemos trazer de volta". 

Sobre uma eventual data para o retorno, ele sustentou que "não se pode pôr um limite de tempo". "Falaremos disso com todos os aliados internacionais no G20, e este assunto estará, além disso, na agenda do próximo Conselho [da UE] de outubro", garantiu.  Na mesma perspectiva, o ministro da Defesa da Itália, Ignazio La Russa, afirmou que "não se pode fixar uma data de retorno" das tropas que seu governo mantém no Afeganistão. 

Em entrevista à emissora de TV RAI, o ministro indicou que o Natal "pode ser uma data para o retorno dos 500 militares que foram reforçar o contingente para as eleições".  La Russa disse ainda que o fim deste ano seria propício para o retorno de "todo" o 186º Regimento de Paraquedistas, uma vez que os soldados dessa divisão "voltarão, como está previsto, e serão substituídos pelo Regimento Sassari". 

"Mas o tempo de retorno será decidido junto aos organismos internacionais, e não se pode fixar uma data. Pode-se fixar um momento, que é aquele em que o governo e as Forças Armadas afegãs terão a capacidade de combater sozinhos o terrorismo", enfatizou o ministro.  O atentado desta quinta (17) no Afeganistão, cuja autoria foi reivindicada pela milícia Taliban, matou, além dos seis oficiais italianos, ao menos outras 15 pessoas e deixou cerca de 60 feridos.

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