O Ministério Público de Nápoles pediu o julgamento do ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi sob acusação de compra de apoio político. Segundo a promotoria, entre 2006 e 2008, Berlusconi teria oferecido dinheiro e outros benefícios para senadores da bancada de centro-esquerda, que apoiava o governo do então primeiro-ministro Romano Prodi, determinando, dessa forma, a queda do Executivo.
Um outro pedido de julgamento imediato, baseado nas mesmas acusações e avançado pelo Ministério Público nas semanas passadas, tinha sido rejeitado pelo juiz por falta de provas. Em resposta à ação judiciária, o partido de Berlusconi, o Povo da Liberdade (PDL), anunciou se manifestará em defesa de seu líder. Um protesto foi convocado no sábado em Brescia, cidade próxima a Milão. Outra manifestação está sendo organizada para segunda-feira em frente ao Tribunal de Milão, por ocasião da audiência do processo Ruby.
Berlusconi foi condenado a quatro anos de prisão e a cinco anos de afastamento de cargos públicos no processo Mediaset, em que o ex-primeiro-ministro foi considerado culpado de fraude fiscal. Se a sentença for confirmada pela Corte de Cassação – a suprema corte italiana – Berlusconi perderá seus direitos políticos e seu mandato de deputado. Entretanto, segundo o senador do PDL Francesco Nitto Palma, ex-ministro da Justiça do governo Berlusconi, "isso não impedirá ele de continuar a atividade política. Mas a Itália seria o único país ocidental no qual o líder de um partido é excluído da vida política através de vias judiciárias".