
O Ministério Público de Milão denunciou a empresária Chiara Ferragni por fraude agravada em campanhas beneficentes entre 2021 e 2023, escândalo que abalou o império da influenciadora digital mais seguida da Itália.
A denúncia chega menos de um mês depois de Ferragni ter fechado um acordo com associações de direitos de defesa dos consumidores para ressarcir pessoas afetadas pelo caso, o que poderia abrir caminho para um eventual arquivamento.
O MP, no entanto, decidiu prosseguir com a denúncia, e agora caberá a um juiz de audiência preliminar avaliar se torna a influenciadora ré ou não.
Ferragni é acusada de fraude em campanhas beneficentes envolvendo um pandoro (doce natalino típico da Itália) e um ovo de Páscoa entre 2021 e 2023. Produzidos pelas marcas Balocco e Dolci Preziosi, respectivamente, os doces carregavam a imagem da influenciadora e prometiam o repasse do faturamento para um hospital infantil em Turim e uma ONG voltada a menores com deficiência.
No entanto descobriu-se que as doações foram feitas antes mesmo de as campanhas começarem e com valores muito menores do que os arrecadados posteriormente. Segundo o MP, Ferragni lucrou “injustamente” 2,2 milhões de euros (R$ 13,5 milhões), além de um benefício “em retorno de imagem”.
Em meio à repercussão negativa do caso, que levou à perda de diversos contratos de publicidade, a italiana fechou acordos para doar 1 milhão de euros (R$ 6,1 milhões) ao hospital e 1,2 milhão (R$ 7,4 milhões) à ONG.
“Eu acreditava sinceramente que não seria necessário realizar um processo para demonstrar que nunca fraudei ninguém”, disse Ferragni em um comunicado.
“Infelizmente, precisarei conviver mais tempo com essa acusação, que reputo profundamente injusta, mas estou pronta para lutar com ainda mais determinação para provar minha absoluta inocência”, acrescentou.
A audiência preliminar está prevista para 23 de setembro, em Milão.