O futuro do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, será na prática decidido no próximo dia 14 de dezembro. Nesse dia, o Senado e a Câmara do país vão votar uma moção de confiança em relação ao chefe de governo, que pode renunciar caso não consiga apoio suficiente dos parlamentares.
A crise foi aberta com a renúncia, nesta segunda-feira (15), de quatro ministros de Berlusconi. A debandada de antigos aliados do governo pode forçar a renúncia do primeiro-ministro.
Berlusconi já perdeu a maioria na Câmara, mas ainda tem apoio majoritário no Senado. Como a Itália adota um sistema parlamentarista, caso o primeiro-ministro perca o apoio no Parlamento, cabe ao Presidente, o chefe de Estado, convocar eleições ou trocar o primeiro-ministro.
Nesta segunda-feira, Berlusconi recebeu a renúncia do ministro para a Política Europeia, Andrea Ronchi, o vice-ministro do Desenvolvimento, Adolfo Urso, e os secretários de Estado para Agricultura, Antonio Buonfiglio, e Meio Ambiente, Roberto Menia.
Todos são integrantes do recém-criado partido Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), do ex-aliado de Berlusconi, Gianfranco Fini.
Fini criou a legenda há alguns dias, com o apoio de seus partidários, que deixaram o partido Povo da Liberdade (PDL), de Berlusconi.
A decisão dos chamados "finianos" de deixar o gabinete ocorre uma semana após o ultimato lançado pelo ex-aliado do governo, que pediu a renúncia de Berlusconi para a formação de uma nova maioria governista.