O Ministério Público de Roma anunciou o arquivamento do inquérito aberto sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, suspeito de fraude na venda de um apartamento em Monte Carlo, recebido de herança pelo seu ex-partido, a Aliança Nacional (AN) e posteriormente alugado pelo irmão de sua namorada, Elisabetta Tulliani.
Em um comunicado, a promotoria afirmou que, após as investigações dos juízes, "se comprovou a ausência de supostas ações fraudulentas", uma vez que não se encontrou "nenhum artifício ou fraude na operação de venda do imóvel".
O apartamento em questão – de cerca 50 metros quadrados, localizado no Boulevard Princesse Charlotte – foi herdado por AN de uma idosa militante, a condessa Annamaria Colleoni, e sucessivamente vendido por € 300 mil à empresa Printemps.
A Printemps, uma sociedade "off shore" domiciliada na ilha caribenha de Santa Lucía, por sua vez o vendeu à Timara, que o alugou a Giancarlo Tulliani, irmão de Elisabetta.
A investigação da promotoria foi aberta com base em uma denúncia apresentada por ex-membros da AN e o caso do apartamento em Monte Carlo foi o assunto dos últimos meses de uma campanha midiática lançada pelo premier Silvio Berlusconi contra Fini, após o rompimento político entre ambos em julho passado.
Relatos da imprensa indicaram que Tulliani é o verdadeiro dono da Printemps e daTimara, e que o imóvel foi vendido a um preço bem abaixo de seu valor de mercado.
O cunhado de Fini desmentiu estas versões, afirmando que era apenas o inquilino do apartamento, enquanto que o presidente da Câmara disse em uma mensagem pela TV que, pelo que sabia, a venda tinha sido feita por um preço adequado. Ele também se mostrou disposto a renunciar ao seu cargo se a justiça detectasse irregularidades.