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LUTO: Morre em Roma o jornalista Stefano Poscia

O jornalista Stefano Poscia, enviado de guerra da ANSA e correspondente em várias das sedes da agência, faleceu em Roma, aos 57 anos de idade. 

Ao longo do último ano, Poscia enfrentou com consciência e coragem uma doença cruel, que o afastou definitivamente de seus familiares, amigos e colegas.

Nascido em Roma em 3 de agosto de 1953, Poscia começou a atividade jornalística após um período de compromisso político, como dirigente do movimento estudantil do colégio Mamiani, nos duros anos pós-68. 

Um compromisso do qual, ainda jovem, se separou pouco a pouco – primeiro para dirigir a publicação trimestral Corrispondenze Internazionali e, depois, para se dedicar à paixão que nunca o abandonou: a de enviado "andarilho". 

Na ANSA, foi correspondente no Chifre da África, cobrindo de Nairobi os conflitos em uma das áreas mais sangrentas do Continente Negro, a começar pela Etiópia e Eritreia, país que se tornou quase uma segunda pátria para Poscia, sendo objeto de estudos e investigações, além de ser a terra de origem de sua esposa, Gabriella. 

Poscia se manteve ainda muito perto das trincheiras, relatando guerras e injustiças por onde passou. Na África, viveu por semanas ao lado dos guerrilheiros de Isaías Afeworki, hoje presidente eritreu e então chefe da rebelião contra Addis Abeba; e em 2006 esteve no Líbano, cenário dos 34 dias do mais recente conflito entre Israel e Hezbollah. 

No último período, antes da doença, Poscia foi transferido para Buenos Aires como responsável da ANSA para a América Latina. 

Ele chegou à Argentina com suas lembranças, seu caráter pujante e um olhar desencantado, mas nunca indiferente aos acontecimentos do mundo. Também levava consigo um chaveiro, feito de uma bala de kalashnikov que um dia, em Beirute, penetrou em sua sala, e que de vez em quando o mostrava esboçando um sorriso: impermeável à tentação de se sentir um heroi.

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