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Tumba em Pompeia revela rede de poder romano sob Augusto

A descoberta de um túmulo na antiga Pompeia, cidade soterrada pela erupção do Vesúvio em 79 d.C., revela a organização do poder romano na época do imperador Augusto, informou o Parque Arqueológico.

Na tumba é possível ler “praefectus Autrygonum”, ou seja, prefeito dos Autrygoni, povo das regiões norte da Península Ibérica, onde o primeiro imperador romano participou nas “Guerras Cantábricas” (29 a.C – 19 a.C) para completar a ocupação da Espanha, “Hispânia” em latim.

A inscrição diz respeito ao cargo ocupado por Numerius Agrestino, a quem o túmulo homenageia por sua “carreira militar brilhante”. Ele era titular da mais alta magistratura na cidade de Pompeia.

O túmulo, que até agora não havia sido revelado, contribui para uma melhor interpretação da organização do poder romano em uma fase de transição para o modelo imperial.

O local foi encontrado durante as obras de construção de uma cavidade funcional para recuperar a umidade dos ambientes subterrâneos do edifício San Paolino, nova sede da biblioteca do Parque Arqueológico de Pompeia.

A descoberta foi anunciada no “Pompeii Excavations E-Journal”, a revista online que informa em tempo real as novas descobertas e pesquisas em andamento no sítio arqueológico.

Maria Chiara Scappaticcio, professora titular de língua e literatura latina na Universidade Federico II de Nápoles e Alberto Dalla Rosa, professor titular de História Romana na Universidade Bordeaux Montaigne contribuíram para a leitura e interpretação da inscrição.

A escavação para a construção da cavidade tocou as duas extremidades da estrutura, em forma de semicírculo e atribuível a uma tipologia bem conhecida em Pompeia: trata-se dos chamados túmulos “a schola”, que consistem em um banco hemicíclico, feito de tufo, decorado nas extremidades com patas de leão.

Por causa disso, os responsáveis do Parque de ampliar a escavação junto à nova biblioteca para revelar um peculiar monumento funerário, que pode ser datado do reinado do imperador Augusto (27 a.C – 14 d.C).

Analisando o túmulo, uma primeira novidade surpreendente veio à tona, que é o fato de o mesmo personagem ser conhecido por outra inscrição funerária da necrópole de Porta Nocera, onde sua esposa, Veia Barchilla, criou um monumento cilíndrico para ela e seu marido, mas posteriormente o conselho de decuriões decretou homenagear Agrestino em terras públicas.

Para o ministro da Cultura de Itália, Gennaro Sangiuliano, “com esta descoberta, o sítio de Pompeia confirma-se como um local de primordial importância para ampliar o nosso conhecimento e compreender melhor a sociedade da época”.

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