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Governo italiano pede cessar-fogo imediato em Rafah após ataque de Israel

O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, disse que o governo de Giorgia Meloni se “opõe absolutamente ao ataque” de Israel a Rafah, no qual dezenas de refugiados morreram, e pediu um “cessar-fogo imediato” na cidade no sul da Faixa de Gaza.

O chanceler italiano reforçou também que “ao lançar mísseis de Rafah, o Hamas está apenas causando enormes danos ao povo palestino”.

Tajani já havia dito que Israel cometeu um erro e caiu numa armadilha preparada pelo Hamas em meio à condenação internacional do seu ataque às tendas que abrigavam deslocados em Rafah, no qual ao menos 45 palestinos foram mortos e mais de 180 ficaram feridos, incluindo mulheres e crianças.

De acordo com o Exército israelense, a ofensiva foi deflagrada contra altos funcionários do Hamas, que foram mortos no ataque.

“O Hamas está a usar Rafah para criar mais problemas, atraindo Israel para uma armadilha midiática”, afirmou Tajani.

Um novo ataque atingiu uma estrutura na área de al-Hashashin, no qual havia diversas tendas e pessoas deslocadas, conforme relatos de testemunhas. Informações preliminares apontam que um míssil caiu sobre um prédio e deixou ao menos sete mortos e seis feridos.

Os ataques provocaram a condenação do mundo inteiro, que ordenou a Israel que encerrasse imediatamente a operação militar.

Com base nas conclusões iniciais da investigação aberta pela procuradoria israelense, as Forças de Defesa de Israel (IDF) indicaram que a causa do massacre foi o incêndio que eclodiu imediatamente após o ataque.

Os mísseis atingiram a zona de Tel Sultan, na parte ocidental de Rafah, e teria sido dirigido contra dois altos comandantes militares do Hamas, Yassin Rabia e Khaled Nagar, responsáveis por operações na Cisjordânia e numerosos ataques contra Israel.

Segundo a reconstrução do exército, para o ataque, “foram adotadas medidas para minimizar o risco de atingir civis, incluindo a vigilância aérea e a utilização de armas especiais pelos força do ar”. Mas algo obviamente não funcionou.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descreveu o massacre de civis como “um incidente trágico que deve ser lamentado”, enquanto uma comissão independente gere a investigação aberta pelo Ministério Público militar.

O Hamas, por sua vez, denunciou outro “massacre sionista” e apelou aos palestinos “na Cisjordânia, em Jerusalém e no estrangeiro para se levantarem e marcharem”.

Na sequência, nunciou que tinha informado os mediadores Catar, Egito e Estados Unidos que não voltaria à mesa de negociações para discutir uma nova trégua e a libertação de cerca de 120 reféns.

A ONU reagiu apelando imediatamente a uma investigação “completa e transparente” e destacando a urgência de “tomar medidas imediatas para melhor proteger os civis”.

Já os Estados Unidos apelaram ao território liderado por Netanyahu para “tomar todas as precauções possíveis para proteger os civis” após as “imagens devastadoras” de Rafah.

O alto representante de Política Externa da UE, Josep Borrell, disse estar “horrorizado com os ataques israelenses que mataram dezenas de pessoas deslocadas, incluindo crianças pequenas”.

“Condeno isso nos termos mais veementes. Não há lugar seguro em Gaza”, afirmou.

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