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Justiça italiana libera corpo de travesti brasileiro

A Procuradoria de Roma autorizou o enterro do transexual brasileiro Brenda, possivelmente assassinado no dia 20 de novembro do ano passado, na Itália, após seu nome aparecer em um escândalo sexual envolvendo um político da região de Lazio.

De acordo com os advogados da família da vítima, o funeral deve ocorrer no Brasil e espera-se que a prefeitura de Roma pague as despesas.

O corpo do brasileiro foi encontrado carbonizado em seu apartamento, semanas depois da publicação de um vídeo em que o governador de Lazio, Piero Marrazzo, aparecia na companhia de vários travestis, entre eles Brenda.

O caso veio à tona com a prisão de quatro policiais que tentavam extorquir Marrazzo com a gravação.

O político, que admitiu ter saído com Brenda em duas ocasiões, renunciou ao cargo logo em seguida. Brenda foi ouvida pela Justiça italiana como testemunha.

Além do transexual, o suposto traficante de drogas Gianguarino Cafasso, que também estava envolvido no caso, foi encontrado morto em setembro.

A morte do brasileiro fez o procurador-adjunto Giancarlo Capaldo ordenar a abertura de inquérito sob a hipótese de homicídio voluntário.

"Dos elementos e circunstância que foram coletados, podemos dizer que Brenda, certamente, incomodava alguém", contou o advogado da família do travesti, Nicodemo Gentile.

Segundo ele, "a agressão sofrida [por Brenda, ndr.] dez dias antes de morrer, quando roubaram seu celular e cortaram seu braço direito, demonstra que houve uma ação violenta em relação à história que culminou com sua morte, cada vez mais nebulosa".

"Não temos ainda dados precisos da morte. Os médicos legais ainda estão trabalhando para tentar datar os ferimentos", explicou o advogado, acrescentando que os resultados dos exames, realizados por especialistas contratados pela família, serão anexados ao inquérito.
   A mãe da vítima pediu em diversas ocasiões que o corpo de seu filho fosse liberado para o enterro.
   "Quero dar uma sepultura digna para meu filho. Há três meses seu corpo está em uma câmara fria como se fosse um sorvete. Ao contrário, é um ser humano", reclamou Azenete Mendes Paes meses atrás. (ANSA)

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