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Papa Bento XVI afirma que Igreja deve cumprir penitência por casos de abuso sexual

O Papa Bento XVI disse nesta quinta-feira que o escândalo de abuso sexual que abalou o catolicismo mostrou que a Igreja precisa cumprir penitência por seus pecados. As declarações do papa foram dois dias antes de sua viagem à Malta, sua primeira saída do Vaticano após os escândalos de pedofilia. Agora, falta Bento XVI confirmar que vai se encontrar com as vítimas do abuso, algo que ele já deixou a entender que faria.

– Sob ataque do mundo que nos fala sobre nossos pecados, podemos ver que a capacidade de cumprir penitência é uma graça e vemos o quanto é necessário cumprir penitência e então reconhecer o que está errado em nossas vidas – disse o papa durante uma missa no Vaticano.

O foco de Bento XVI na penitência contrasta com declarações recentes do alto clero, que fez afirmações absurdas numa tentativa de defender a Igreja e o papa das acusações de pedofilia. A viagem à Malta será feita para comemorar o aniversário do naufrágio do barco de São Paulo, mas está sendo vista por críticos da Igreja como uma forma de começar a reparar a imagem dos padres.

Dez homens que testemunharam que haviam sido molestados por membros do clero viveram em um orfanato cristão nesta ilha do Mediterrâneo durante as décadas de 1980 e 1990, e pediram à Igreja que se encontrassem com o papa para "encerrar este capítulo de suas vidas".

O porta-voz do Vaticano, reverendo Frederico Lombardi, não confirmou se o papa vai mesmo se encontrar com as vítimas. Os encontros prévios de Bento XVI com pessoas que declararam ter sofrido abuso ocorreram em 2008 na Austrália e nos Estados Unidos e não foram anunciados com antecedência. Segundo Lombardi, estes encontros devem ser feitos "em clima de meditação e reflexão" e sem a pressão da imprensa internacional.

A Igreja de Malta anunciou recentemente que recebeu 84 alegações de pedofilia envolvendo 45 padres na última década.

A ilha tem atualmente 853 padres, o correspondente a um caso de abuso a cada 20. Os homens que acusaram os membros da Igreja afirmaram que eles foram abusados na infância em um orfanato só para meninos, sob ameaça de expulsão se resistissem ou denunciassem.

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