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CAOS EM LAMPEDUSA: Ilha italiana declara emergência após recorde de migrantes

A Câmara Municipal da ilha italiana de Lampedusa declarou estado de emergência após a onda sem precedentes de desembarques de migrantes.

O prefeito, Filippo Mannino, anunciou a medida após um protesto de um grupo de cidadãos em frente à prefeitura.

“Reforçamos o que pedimos há meses, ou seja, contornar a ilha com os navios no porto, ajuda e apoio para uma ilha que nestes meses está sob forte stress”, disse Mannino.

O clima é tenso no local, e agentes da Guarda de Finanças chegaram a avançar sobre migrantes que tentaram romper o cordão de isolamento para descer do cais.

Na última terça-feira (12) teve recorde de desembarques, com 110 embarcações e 5.112 pessoas, e mais 23
embarcações aportaram.

Um bebê de cinco meses morreu após cair nas águas, já na ilha. “A questão das realocações é secundária, foram realocadas pouquíssimas pessoas nos últimos meses, a questão não é como descarregar o problema, é impedir as chegadas à Itália, não vejo ainda respostas concretas”, disse a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, em entrevista à Rai1, após o anúncio da Alemanha sobre interromper as avaliações de solicitações de asilo.

No momento há 6.792 migrantes na ilha, a maior parte no “hotspot” – centro de acolhimento – de contrada Imbriacola, que tem capacidade para 350, e outros grupos estão no cais.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, declarou nesta quarta: “Os esforços não podem ser feitos só pelos países de chegada, mas devem ser compartilhados, esse é um problema da UE e deve haver mecanismos de solidariedade”.

“No fluxo há refugiados e pessoas que se deslocam por razões econômicas. Todos devem ter os próprios direitos humanos respeitados, mas há um modo para distinguir o status de refugiado. Em todo caso, é essencial a solidariedade europeia”, concluiu.

Já o vice-premiê e ministro dos Transportes, Matteo Salvini, classificou a situação como “ato de guerra”: “Quando chegam 120 barcos não é um episódio espontâneo. É o colapso para a sociedade italiana, não só um problema de Lampedusa”.

“Estou convencido de que esse êxodo é orquestrado. Falaremos pacificamente no seio do governo italiano, mas não podemos assistir a cenas como essa. Creio que por trás de cada desembarque haja um sistema criminoso organizado ao qual devemos responder com todos os meios disponíveis”.

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