
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, quer eleições diretas para a escolha do chefe de Governo, como acontece com a figura do presidente da República em regimes políticos como o Brasil.
Em trechos antecipados do livro de seu amigo e jornalista Bruno Vespa, "Donne di Cuori", publicados nesta quarta-feira pela imprensa italiana, o primeiro-ministro aborda as reformas que, segundo ele, devem ser levadas adiante no sistema democrático do país.
"Será o Parlamento nos próximos meses que definirá qual é o modelo mais adequado à realidade italiana. O que conta é que o titular do poder Executivo seja eleito diretamente pelo povo. E com ele a forma de Governo", comenta Berlusconi.
"De fato, isso já ocorre na Constituição na prática. É hora de que a Constituição formal seja atualizada de acordo com a realidade do país", acrescenta.
Berlusconi aposta também em uma distinção "mais clara" entre as funções de primeiro-ministro e presidente da República, cargo atualmente ocupado por Giorgio Napolitano, mantendo sempre uma "colaboração leal" entre ambos.
Sobre o Parlamento italiano, Berlusconi assegura que voltará a propor a redução no número de legisladores. "Já havíamos realizado essa redução em nossa gestão anterior e a esquerda a derrogou com um plebiscito. De todo os modos, voltaremos a tentar e conseguiremos", comenta.