
As autoridades italianas denunciaram 41 indivíduos após um violento protesto no bairro de Trastevere, em Roma, entre um grupo de militantes que marchou em apoio ao líder anarquista Alfredo Cospito.
O italiano cumpre pena de 20 anos na prisão de Sassari, na Itália, por atentados contra um quartel da Arma dos Carabineiros, em 2006, e contra o então CEO da empresa Ansaldo Nucleare, Roberto Adinolfi, em 2012.
De acordo com a imprensa italiana, Cospito está em greve de fome há mais de 100 dias e já perdeu 40 quilos desde o início do protesto. Sua principal reivindicação é contra o regime de isolamento sem possibilidade de visitas, denominado “41 bis”, criado para casos ligados à máfia, mas que se aplica a ele após condenações por vários crimes, incluindo terrorismo.
Anarquistas lançaram um coquetel molotov contra o distrito policial de Prenestino, em Roma. Um vigia interveio imediatamente e as chamas foram prontamente extintas.
Além disso, os manifestantes tentaram furar os bloqueios policiais e danificaram plantações e veículos estacionados na rua. Os tumultos coincidiram com os ataques contra a embaixada da Itália em Berlim, onde o carro de um diplomata foi incendiado, e o consulado italiano em Barcelona, no qual anarquistas vandalizaram.
Um envelope com uma bala e ameaças aos juízes foi endereçado ao diretor do jornal Il Tirreno, Luciano Tancredi. Em uma folha quadriculada está a seguinte frase: “Se Alfredo Cospito morrer, os juízes são todos objetivos: dois meses sem comida. Fogo nas cadeias”.
Segundo o jornal Livorno, a carta está assinada com a letra “A” e foi apreendida pela polícia, que abriu uma investigação.
Em nota, o governo italiano reforçou que “os ataques perpetrados contra a nossa diplomacia em Atenas, Barcelona e Berlim, assim como a de Turim, a violência nas ruas de Roma e Trento, as balas dirigidas ao diretor do Il Tirreno e ao procurador-geral Francesco Saluzzo, o coquetel Molotov contra uma delegacia, não vão intimidar as instituições”.
“Menos ainda se o objetivo for afrouxar o regime prisional mais duro para os responsáveis por atos terroristas. O Estado não se conforma com essas ameaças”, acrescentou a nota do Palazzo Chigi.