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Governo italiano critica suspensão de acordo de grãos

A Rússia anunciou formalmente a suspensão do acordo de exportação de grãos de portos ucranianos, firmado em julho. A notícia foi confirmada em um comunicado do Ministério da Defesa, repercutida pela agência Tass.

A justificativa oficial para suspender o acordo foi um ataque ao porto de Sebastopol, na Crimeia, que Moscou acusa ter sido feito por Kiev. Mas há semanas o governo de Vladimir Putin vinha reclamando publicamente do pacto, que foi intermediado pela Turquia e pelas Nações Unidas. As críticas eram porque a maior parte das cargas estavam indo para países que não são pobres.

“Na sequência do ato terrorista cometido pelo regime de Kiev, com a participação de especialistas britânicos, contra navios da Frota do Mar Negro e navios civis empenhados em garantir a segurança dos corredores de grãos, a Rússia suspende sua participação na aplicação do acordo sobre a exportação de produtos agrícolas dos portos ucranianos”, diz o comunicado, que ressaltou a paralisação é por “tempo indeterminado”.

O acordo firmado em julho permitiu que a Ucrânia exportasse milhares de toneladas de grãos pelos portos que ficam no Mar Negro – Odessa, Pivdennyi e Chornomorsk. A área marítima estava bloqueada pela Rússia desde o início de fevereiro, quando a invasão de Moscou começou.

O pacto estaria em vigor até o dia 19 de novembro e precisaria ser renovado em uma nova rodada de negociações.

Reações

As Nações Unidas informaram que estão em contato com o governo da Rússia para tentar reverter a suspensão unilateral.

“É fundamental que todas as partes se abstenham de qualquer ação que possa colocar em risco a iniciativa sobre os grãos, que é um esforço humanitário fundamental que está claramente tendo um impacto positivo no acesso aos alimentos para milhões de pessoas em todo o mundo”, disse o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, ao jornal “The Guardian”.

Já o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que a Rússia está usando um “falso pretexto” para suspender o acordo.

“Nós advertimos sobre os planos da Rússia para acabar com a iniciativa sobre os cereais via Mar Negro. Agora, Moscou usa um falso pretexto para bloquear o corredor dos grãos que garantem a segurança alimentar de milhões de pessoas. Convido a todos os Estados a pedir que a Rússia pare de fazer os seus jogos com a fome e volte a respeitar as suas obrigações”, escreveu Kuleba em suas redes sociais.

Quem também se manifestou foi o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, que criticou a decisão da Rússia.

“Bloquear o corredor de grãos significa retirar a comida de milhões de pessoas na pobreza. Isso também significa ser culpado de graves ações contra a humanidade. Desejo que a Rússia reveja a sua posição na participação do acordo para exportação dos grãos do Mar Negro ucraniano”, escreveu em suas redes sociais.

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