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Em campanha, partidos italianos se movimentam para eleições

Com as eleições marcadas para o dia 25 de setembro, os partidos italianos se movimentam de maneira intensa.

Em entrevista à rádio “Anch’io”, o governador da região de Lazio, onde fica a capital Roma, Nicola Zingaretti, do centro-esquerda Partido Democrático (PD), afirmou que pode concorrer a uma vaga ao Parlamento no pleito antecipado.

“Isso depende muito do meu partido, mas eu sou um administrador graças aos cidadãos da minha comunidade há 14 anos porque sempre vencemos juntos as eleições. Eu estou à disposição de um projeto político, mas isso dependerá do Enrico [Letta, secretário-geral do PD] e do grupo de diretores do PD”, afirmou o político.

Lembrando que seu mandato termina nesta legislatura, já que foi reeleito ao cargo, Zingaretti disse que “combaterá, rua por rua e nas praças, para voltar a dar esperança para esse país, que é minha gente e minha comunidade”.

Quem também se manifestou nesta segunda foi o coordenador nacional do partido conservador Força Itália (FI), Antonio Tajani. Em entrevista à RAI3, o político falou sobre quem poderia ser a liderança de uma possível coalizão de centro-direita – grupo de três legendas que tem tudo para formar um novo governo a partir de setembro.

“Primeiro nós precisamos vencer a partida e depois vemos quem levantará a taça. Nós não temos conclusões antecipadas sobre ninguém e espero que os outros também não tenham”, disse referindo-se aos partidos de extrema-direita Liga e Irmãos da Itália (FdI) – este último, líder das intenções de voto.

Sobre o anúncio de Silvio Berlusconi de concorrer novamente ao Senado, Tajani disse que o ex-premiê italiano “pode fazer tudo que quiser”. “Todos reconhecem o papel que ele teve e ele é quem vai decidir. Mas, não tem nenhum acordo ou pacto”, pontuou ainda.

No entanto, apesar do otimismo de Tajani, o FI – considerado uma força de centro-direita – não para de perder peças importantes por conta da decisão de se abster na votação de confiança no Senado que derrubou o governo de Mario Draghi.

Após as saídas dos ministros Mariastella Gelmini e Renato Brunetta, nesta segunda foi a vez da deputada Annalisa Baroni a deixar o FI. A justificativa foi a mesma dos dois: a “submissão” à vontade do líder da Liga, Matteo Salvini.

“A posição política assumida pelo partido em plena crise de governo foi desconcertante. Nunca pensei que o FI ajudasse [Giuseppe] Conte e o Movimento 5 Estrelas [M5S] na responsabilidade de derrubar o Executivo, condenando o país à instabilidade e colocando em risco várias medidas importantes em favor das famílias e de centros produtivos. Não me reconheço mais nesse FI que há tempos só segue Salvini e seu populismo.

Tem razão Gelmini ao dizer que no Força Itália não há mais espaço para os moderados”, afirmou Baroni.

Gelmini, por sua vez, anunciou que vai conversar com o líder do grupo político Ação, de Carlo Calenda, para unir forças em um plano de governo que quer seguir “a agenda Draghi”. Italianos aprovam governo Draghi

A primeira pesquisa de opinião após a queda do governo de Draghi, feita pela Quorum/YouTrend para o canal SkyTG24, mostra que a ampla maioria dos italianos aprovava a gestão do economista.

Para 57,5%, seu governo foi positivo e para 50,7% a decisão de apresentar sua renúncia por conta da perda de apoio da base de governo foi correta. Para 49,7%, porém, a decisão de sair é um evento negativo para a Itália (em particular, para 42% dos eleitores da Liga e do FI).

A pesquisa ainda perguntou quem era o principal responsável pela crise de governo e 41,1% disseram que é o líder do M5S, Giuseppe Conte. Sobre a responsabilidade na convocação de eleições antecipadas, 29% apontaram para Conte, 17,2% para Draghi e 11,1% para Salvini.

Já o presidente da Itália, Sergio Mattarella, segue sendo o político mais confiável da atualidade, com 64% das indicações.

Draghi aparece na sequência, com 54%. A terceira colocação fica com Giorgia Meloni, líder do FdI, com 38,7%.

A pesquisa também questionou sobre a intenção de votos dos italianos, e o FdI apareceu com 23,8%, seguido pelo PD (22,5%), Liga (13,4%), M5S (9,8%) e FI (8,3%).

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