
A justiça italiana emitiu um mandado de prisão internacional contra o avô do menino Eitan Biran, de seis anos, por sequestrá-lo e levá-lo para Israel.
Eitan é o único sobrevivente da queda de um teleférico no norte da Itália, em maio passado, e está no centro de uma disputa envolvendo suas famílias paterna e materna, ambas israelenses.
A tragédia matou 14 pessoas, incluindo os pais do menino, seu irmão mais novo e dois bisavós maternos. Após o acidente, a Justiça italiana havia dado a tutela provisória da criança para sua tia paterna, Aya Biran-Nirko, que vive em Pavia, no norte da Itália.
Já os parentes maternos tinham permissão para vê-lo duas vezes por semana e se aproveitaram de uma dessas ocasiões para leva-lo para Israel, por meio de um voo privado a partir de Lugano, cidade suíça que fica a menos de uma hora de Milão.
O avô, Shmuel Peleg, de 58 anos, e Gabriel Abutbul Alon, israelense residente em Chipre que dirigiu o carro com o qual Eitan foi levado para o aeroporto de Lugano, são acusados de sequestro de menores pelo Ministério Público de Pavia.
Segundo a justiça italiana, ambos estabeleceram “um plano estratégico premeditado” para levar a criança, que está em Israel desde 11 de setembro, quando Peleg viajou sem consentimento. Um tribunal de Tel Aviv decidiu em 25 de outubro que o menino deveria voltar para sua família na Itália.
Os mandados de prisão de Peleg e Abutbul Alon foram expedidos após uma investigação que revela “detalhes de uma ação realizada com técnicas paramilitares e de inteligência”.
O advogado do avô materno, Paolo Sevesi, porém, já apresentou um recurso no Tribunal de Recursos de Milão contra a ordem de prisão preventiva, emitida pelo juiz de instrução de Pavia com consequente mandado de prisão internacional e pedido de extradição de ambos suspeitos.