O secretário do Partido da Refundação Comunista (PRC) italiano, Paolo Ferrero, criticou os políticos que visitam as zonas atingidas pelo terremoto na região central da Itália para se autopromover e sugeriu que, em vez disso, eles ofereçam ajuda.
O terremoto que devastou a cidade de L'Aquila, capital da região de Abruzzo, e os municípios do entorno já deixou 279 mortos e cerca de 29 mil desabrigados.
"Os políticos italianos de cada facção fariam bem em colocar à disposição sua estrutura para enviar ajuda e dar uma mão, em vez de ir às zonas atingidas apenas para fazer publicidade", afirma Ferrero.
O secretário do PRC sustenta que "a governadora da província de L'Aquila, Stefania Pezzopane, tem razão em denunciar o desfile de ministros que vão às zonas atingidas pelo terremoto em L'Aquila não para dialogar com o território, mas para aparecer diante das câmeras".
Segundo Ferrero "superada a primeira emergência de ajuda sanitária e alimentar, serão necessários agora psicólogos e assistentes sociais para gerir o grande, terrível trauma do terremoto, especialmente para crianças e idosos. Mas para o presidente-pedreiro Berlusconi talvez isso interesse pouco porque não há empresas prontas para faturar".
Um comunicado do PRC informa que, "sem nenhuma aparição in loco de dirigentes nacionais", a operação de solidariedade com as populações atingidas pelo tremor "continua em pleno ritmo". Entre as ajudas está a cozinha de campo montada a San Biagio in Tempera, a poucos quilômetros de L'Aquila, que serve 400 refeições no almoço e no jantar.
A partir de hoje, na mesma cidade, está ativo o asilo popular, "um verdadeiro centro de recolhimento e de auxílio psicológico para divertir as crianças e fazer com que elas superem o trauma", explicou Ferrero. No centro, foram organizadas atividades lúdicas e recreativas, incluindo um pequeno teatro, graças também à ação de duas psicólogas voluntárias.
As federações provinciais de Abruzzo e as nacionais do PRC prosseguem, "em ritmo constante", o recolhimento de materiais (comida, roupas, gêneros de primeira necessidade), com seis ou sete caminhões de ajuda por dia.
Além disso, o PRC recebe inscrições de quem pode hospedar desabrigados em diversas regiões da Itália (até agora foram 250), como também as listas de voluntários dispostos a ajudar e revezar com as equipes das Brigadas de solidariedade ativa, equipes compostas hoje por cerca de trinta voluntários, inscrições e não-inscritos no partido.
O Partido da Refundação Comunista abriu uma conta bancária para enviar uma contribuição econômica para as vítimas do terremoto em Abruzzo.