O ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, afirmou que a mensagem final do encontro de ministros do Trabalho do G8 será levada ao centro das discussões da cúpula do G20, que ocorre em Londres no próximo dia 2 de abril.
Na abertura do segundo dia da reunião dos ministros, em Roma, Frattini também afirmou "estar muito satisfeito" com a "colaboração entre G8 e G20".
Frattini explicou que o encontro dos ministros do trabalho ocorre "em um momento de crise" e de "atenção para as consequências sobre a vida dos trabalhadores de todo o mundo" e poderá contribuir inclusive para a reunião entre União Europeia e Estados Unidos, que será realizada em Praga no dia 5 de abril.
O chanceler italiano reforçou a necessidade de "intervenções imediatas, mas temporárias" para combater a crise econômica mundial.
Ele acrescentou que é necessário "evitar distorções dos mercados e tendências protecionistas", enfatizando que "todos estão conscientes de que, diante da dimensão social da crise, ainda é preciso fazer muito".
Para Frattini, existe o risco de que a crise econômica global penalize os países "mais pobres, atingindo as economias mais frágeis", como as da África, acentuando os "problemas sociais" e incentivando novas ondas migratórias em direção às economias mais avançadas.
O chanceler italiano afirmou que os impactos da crise no mercado de trabalho preocupam, mas é preciso ter cautela ao analisar os indicadores e estimativas sobre desemprego e mercado, que frequentemente "aparecem descoordenados" e "precisam ser corrigidos após a publicação".
O essencial, segundo Frattini, é "buscar a estabilidade social nas economias avançadas e em desenvolvimento, por meio de ações coordenadas e rápidas".
O ministro do Trabalho da Itália, Maurizio Sacconi, disse no encontro que as "preocupações sobre a crise crescem dia-a-dia", mas seria bom que as organizações internacionais que indicam perspectivas sobre economia e trabalho não alimentassem o clima de desconfiança.
Sacconi está convencido de que as políticas sociais podem ser o motor da retomada econômica e contribuir para a "reconstrução da confiança no futuro".
Essa confiança, de acordo com Sacconi, pode ser reconstruída seja diretamente, por meio do sustento daqueles que perderam o emprego, seja indiretamente, com políticas de saúde, educação e outras questões que envolvem diretamente os cidadãos.