
O FTSE MIB, principal índice da Bolsa de Valores de Milão, fechou o pregão com queda de 11,17%, em 18.475 pontos.
Esse foi o segundo pior desempenho diário do indicador desde sua criação, em 1998, perdendo apenas para 24 de junho de 2016 (-12,48%), após o plebiscito do Brexit.
O resultado se deve às tensões provocadas pela disputa entre Arábia Saudita e Rússia em torno do preço do petróleo e pela disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2), que já atingiu mais da metade dos países do mundo e contaminou mais de 111 mil pessoas, matando cerca de 3,9 mil.
A Bolsa de Milão sentiu o peso das restrições à circulação impostas pelo governo italiano na Lombardia, principal polo financeiro do país, e em 14 províncias de outras quatro regiões. Mas o desempenho negativo do FTSE MIB foi puxado pelas empresas petrolíferas Saipem (-21,50%) e ENI (-20,85%).
O mau humor do mercado se espalhou por toda a Europa, com fortes baixas nos principais índices das bolsas de Paris (-8,3%), Frankfurt (-7,9%) e Londres (-7,5%). Em São Paulo, as negociações chegaram a ser interrompidas após o Ibovespa desabar 10% logo na abertura do pregão – às 13h51, o indicador caía 9,53%.
O desempenho no mercado acionário foi afetado pela decisão da Arábia Saudita de aumentar a produção e cortar os preços do petróleo, como retaliação à Rússia, que se negara a fechar um acordo no âmbito da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para diminuir a extração.