As ações da companhia aérea Alitalia, que haviam sido 'congeladas' em junho de 2008, foram definitivamente retiradas da Bolsa Italiana nesta segunda-feira.
Com a medida, "as ações e obrigações da Alitalia não existem mais", declararam a associações de consumidores italianas Adusbef e Federconsumatori, que protestaram contra a decisão.
As associações informaram que a questão envolve mais de 40 mil pequenos acionistas, que deverão esperar até 31 de maio para saber qual a modalidade e a data prevista para a indenização, que aguardam receber.
Segundo a senadora Maura Leddi, do Partido Democrata (PD), trata-se de "um fato gravíssimo" que "não tem precedentes nem na Itália, nem na Europa".
A senadora, que enviou uma carta aberta aos correspondentes estrangeiros na Itália para denunciar a medida, afirmou que "o título foi definitivamente cancelado hoje, depois de meses de falta de informações e de total impossibilidade de participação dos proprietários das ações".
"Nos bancos, eles respondem simplesmente que o título Alitalia não existe mais. Em poucas palavras, foi 'confiscado', 'expropriado', 'sequestrado pelo Estado'", acrescentou.
Segundo o Sindicato Italiano para a Tutela do Investimento e das Poupanças (Siti), o fundo destinado pelo governo para indenizar os acionistas da Alitalia será o mesmo utilizado atualmente para indenizar pessoas prejudicadas pelas empresas Círio e Parmalat e pelos bônus da Argentina.
O fundo deve "contar hoje com cerca de 800 milhões de euros, cifra mais ou menos correspondente ao dano sofrido pelos acionistas da Alitalia", indicou o sindicato.
"Provavelmente apenas aqueles que exercerem rápida e eficazmente seus próprios direitos poderão ver algo a mais do que as migalhas de um prato quase vazio", acrescentou.
O título da Alitalia foi congelado em 4 de junho de 2008 no valor de 0,445 euros, após as fortes oscilações de preços que acompanharam a polêmica venda para o consórcio de investidores da Companhia Aérea Italiana (CAI).